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Força-tarefa liberta 61 trabalhadores em condição degradante
Grupo foi encontrado em usina de Alagoas que pertence a João Lyra (PTB), candidato derrotado ao governo do Estado
Fiscais dizem haver, entre
as irregularidades, jornadas
longas de trabalho, falta de
água potável e alojamentos
em condições insalubres
THIAGO REIS
SÍLVIA FREIRE
DA AGÊNCIA FOLHA
Força-tarefa formada pelo
Ministério Público do Trabalho
e pelo grupo móvel do Ministério do Trabalho libertou 61 trabalhadores em condições degradantes de uma das propriedades de João Lyra (PTB), um
dos maiores usineiros do país e
candidato derrotado em 2006
ao governo de Alagoas .
A usina de cana Laginha, em
União dos Palmares (AL), fica
perto de onde foi formado o
Quilombo dos Palmares -símbolo de resistência à escravidão. Os fiscais do ministério
disseram ter encontrado várias
irregularidades durante a operação, ocorrida na última sexta.
Segundo eles, além do expediente exaustivo, os trabalhadores não recebiam hora-extra
e viviam em alojamentos em
condições insalubres. Os cortadores de cana que não viviam
nos alojamentos da usina não
tinham equipamentos de segurança -ou, quando tinham,
eram velhos e inadequados.
Os fiscais afirmaram que os
quartos não possuíam janelas,
deixando o ambiente com temperatura acima de 40C.
Além disso, disseram que a
empresa não fornecia água potável. "A água fornecida aos
cortadores de cana era armazenada e manuseada sem higiene.
Tenho certeza de que o dono da
usina não tomaria água daquele
local", afirmou Dercides da Silva, auditor do Trabalho que
participou da operação.
Os trabalhadores libertados
disseram aos fiscais que o local
"parecia uma cadeia".
Segundo o Ministério do Trabalho, esta é a primeira vez que
há libertação de trabalhadores
em Alagoas desde a criação do
grupo móvel, em 1995.
Em 2007, mais da metade
das libertações de trabalhadores em condições degradantes
no Brasil ocorreu em usinas de
cana-de-açúcar. Foram 3.117
pessoas resgatadas no setor.
O procurador do Trabalho
Rodrigo Alencar disse que foi
protocolada na Justiça uma
ação cautelar pedindo a interdição da usina até que sejam
atendidas as normas de saúde e
segurança. Afirmou também
que será proposta ação civil pública por dano moral coletivo
contra o proprietário.
O ex-senador e ex-deputado
federal declarou à Justiça Eleitoral ter R$ 236 milhões -um
dos maiores patrimônios entre
os políticos que disputaram
cargos naquele ano.
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