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Lei da Anistia precisa ser respeitada, diz presidente
Já irmão de Lula pede a punição dos torturadores
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em entrevista ao jornalista
Jorge Oliveira, anteontem, o
presidente Luiz Inácio Lula da
Silva disse que a Lei da Anistia
foi aprovada pelo Congresso e
deve ser respeitada. Oliveira está dirigindo um documentário
sobre o operário Manoel Fiel
Filho (1927-1976), que foi morto durante a ditadura militar. O
filme será lançado em junho.
Antes de entrevistar Lula, o
jornalista disse ter estado com
Frei Chico, irmão do presidente. No depoimento para o documentário, Frei Chico, que foi
preso e torturado, criticou a Lei
da Anistia, dizendo que os crimes de tortura deveriam ser
julgados e não perdoados.
Questionado por Oliveira sobre a posição do irmão, Lula
disse entendê-la e respeitá-la,
mas que a lei anistiou a todos e
que o governo não tem como
interferir. O presidente disse
que cabe à Justiça qualquer decisão relacionada à ditadura.
A Lei da Anistia (1979) criou
um racha no governo Lula, colocando de um lado Casa Civil,
Ministério da Justiça e Secretaria de Direitos Humanos, favoráveis à punição dos torturadores, e de outro o Itamaraty, Ministério da Defesa e a AGU (Advocacia Geral da União), que
defendem o perdão aos torturadores por entenderem que a
lei é "ampla, geral e irrestrita".
A polêmica ocorreu porque a
AGU encaminhou ao Supremo
Tribunal Federal parecer de
defesa da União em processo,
aberto a pedido do Ministério
Público Federal, que pede a
responsabilização dos militares reformados Carlos Alberto
Brilhante Ustra e Audir Santos
Maciel por desaparecimento,
morte e tortura de 64 pessoas.
A posição da AGU incomodou
os ministros Tarso Genro, Dilma Rousseff e Paulo Vannuchi.
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