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Vantagem de Serra sobre Dilma baixa para 4 pontos
Em cenário com Ciro, tucano cai 5 pontos e vai a 32%, e petista sobe 5, para 28%
Candidato do PSB tem 12% e está estagnado, assim como Marina Silva, do PV, que mantém o patamar de 8%
do levantamento anterior
FERNANDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A pré-candidata a presidente
pelo PT, Dilma Rousseff, registrou crescimento de cinco pontos percentuais na sua taxa de
intenções de voto de dezembro
para cá. Atingiu 28% e encurtou de 14 para 4 pontos percentuais a distância que a separa de
seu principal adversário, José
Serra, do PSDB, hoje com 32%.
Esse é o principal resultado
da pesquisa Datafolha realizada nos dias 24 e 25 de fevereiro,
com 2.623 pessoas de 16 anos
ou mais. Confirmou-se a curva
ascendente de Dilma, não importando o cenário nem quais
são os candidatos em disputa.
Apesar do crescimento da
petista, é impreciso dizer que o
levantamento indica um empate estatístico entre Dilma e Serra. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
Os dois só estariam empatados tecnicamente em 30% na
raríssima hipótese de o tucano
estar no seu limite mínimo e
sua adversária no limite máximo, segundo a estatística Renata Nunes, do Datafolha.
"A proximidade entre os candidatos é algo visível, mas mais
importante nessa pesquisa é
mostrar as curvas de alta da
candidata do PT e de queda do
candidato do PSDB -considerando os levantamentos anteriores", diz Mauro Paulino, diretor-geral do Datafolha.
No cenário no qual Dilma está com 28% e Serra com 32%,
Ciro Gomes (PSB) tem 12%.
Marina Silva (PV), 8%. Os que
votam em branco, nulo ou nenhum são 9%. Indecisos, 10%.
Ciro e Marina estagnados
A pesquisa também revela
uma estagnação de Ciro e de
Marina. Ambos tiveram exposição em fevereiro, quando
seus partidos usaram os dez
minutos a que têm direito em
rede nacional de rádio e TV.
O efeito foi nulo. Ciro tinha
13% em dezembro. Agora, fica
com 12%. Marina parou nos 8%
-no cenário mais provável, no
qual estão Serra e Dilma.
Os números do Datafolha
dão pistas sobre os efeitos da
eventual desistência de Ciro
-algo desejado pelo presidente
Luiz Inácio Lula da Silva.
Em dezembro, sem o nome
do PSB, havia a possibilidade de
Serra vencer no primeiro turno: ele tinha 40% contra 37%
de Dilma e Marina somadas. A
eleição é liquidada na primeira
votação quando alguém recebe
acima de 50% da soma de todos
os votos dados aos adversários.
Agora, deu-se uma inversão.
Quando Ciro está fora, Serra
tem 38%, contra 41% somados
de Dilma e Marina. Fica mais
remota a hipótese de o tucano
vencer no primeiro turno. Registre-se que a petista cresce
cinco pontos nos cenários principais, com ou sem Ciro.
Num teste com Aécio Neves
sendo o candidato do PSDB as
coisas ficam mais fáceis para
Dilma. Ela lidera com 34% contra 18% do tucano em um cenário sem Ciro Gomes. Quando o
nome do PSB está presente, a
petista tem 30% contra 21% de
Ciro -Aécio fica com 13%.
2º turno
Em dezembro, numa simulação de segundo turno, Serra estava com 49% contra 34% de
Dilma. A vantagem de 15 pontos caiu para 4. Hoje, segundo o
Datafolha, o tucano registra
45% contra 41% da petista. Em
outro cenário de segundo turno, Dilma vence com 48% contra 26% do tucano Aécio Neves.
Todos os candidatos tiveram
variação para cima nas suas taxas de rejeição, o que é comum
quando o período eleitoral se
aproxima. O destaque nesse
trecho da pesquisa Datafolha é
Serra, cujo percentual subiu de
19% em dezembro para 25% no
atual levantamento.
Dilma oscilou de 21% para
23%. Ciro foi de 18% a 21%. Marina, de 17% para 19%.
Quando o Datafolha faz a
pesquisa sem mostrar nomes,
surge um dado revelador sobre
a percepção do eleitor a respeito do processo sucessório: uma
queda vertiginosa das menções
ao presidente Lula.
O petista era citado espontaneamente por 27% dos eleitores em agosto. Caiu para 20%
em dezembro. Agora, bateu em
10%. Apesar da sua popularidade recorde, Lula é cada vez menos citado "porque o eleitor está percebendo que ele não será
candidato", diz Mauro Paulino.
Na pesquisa espontânea, Dilma chegou a 10% (a mesma taxa de Lula), contra 7% de Serra.
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