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Suposto dono das fazendas afirma que "deve ser um erro do cartório"
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Luiz Carlos Fernandes de Oliveira, suposto dono das sete fazendas oferecidas por Romero Jucá em garantia a uma dívida com
o Banco da Amazônia, disse que
recorreu do cancelamento, quatro anos atrás, do registro de cinco
das sete propriedades e contesta a
informação do cartório de venda
das duas outras fazendas.
"Deve ser erro do cartório", escreveu Oliveira, em nota à Folha.
Depois de três contatos por telefone, nos quais afirmava possuir
documentos que comprovariam
a regularidade das fazendas, Oliveira se limitou a encaminhar por
fax o registro de hipoteca das fazendas como garantia da dívida
com o Basa.
Um quarto contato telefônico,
solicitado pelo empresário para
esclarecer as operações, não ocorreu. No horário marcado, ele não
estava em casa nem no escritório.
Folha - O ministro Romero Jucá é
seu amigo, mantém relacionamento com o sr.?
Luiz Carlos Fernandes de Oliveira
- Não, não, não. Existe uma relação cordial, mas não tem amizade, não. E vocês são cobradores
do Basa, é? (...) A empresa hoje está desativada e tem uma ação contra o Basa porque eles estão cobrando coisas exorbitantes.
Folha - Temos aqui certidões que
mostram que os imóveis oferecidos
em garantia tiveram a escritura
cancelada ou foram vendidos.
Oliveira - Vocês não têm certidão. Isso aí não procede, eu não
sou fraudador, em hipótese nenhuma. Eu comprei essas áreas,
em 94, 95, 96, e tenho toda a documentação legal do cartório e o que
foi dado em garantia. O Basa examinou e aprovou. Você devia ouvir o Basa e não os petistas do Basa. O Basa não cumpriu o acordo
que fez conosco. Ficou de fazer
um aporte para uma fazenda da
empresa para o plantio de milho e
soja. E o dinheiro não foi liberado.
Folha - O que o sr. tem a dizer sobre a venda de duas fazendas?
Oliveira - Isso não procede. Estou estranhando o objetivo disso.
[A Folha envia as certidões por
fax e volta a falar com Oliveira.]
Estou vendo aqui uma escritura
cancelada pela Comissão de Correição Extraordinária.
Folha - E não há notícia de que o
sr. tenha recorrido da decisão, quatro anos depois.
Oliveira - Já, sim. Tem um processo lá em Manaus (...). O Estado
não tem poder para cancelar isso
e, se cancelou, cancelou uma coisa
que um funcionário dele, no caso
um tabelião, aprovou a certidão e
fez. Quem é o responsável é o Estado, cabe a mim até abrir um
processo contra o Estado.
Folha - Há casos de reversão, mas
não é o seu caso.
Oliveira - Eu não tenho certeza
se o nosso já foi recorrido. Como
está como garantia do Basa e ele
também não entrou? Eu não sei se
no nosso caso foi revertido. Mas
tenho toda a documentação. Tenho a certidão do cartório de todas as áreas dizendo que elas foram dadas em garantia ao Basa.
Folha - Isso foi em 96. As certidões recentes atestam que houve
venda, além dos cancelamentos.
Oliveira - Não existe isso, estou
lhe dizendo. A página dez é uma
transação com o jornal "O Povo",
conhece? Foi feita uma transação,
inclusive o jornal nem pagou, certo? (...). Eu nem li direito isso aqui,
mas não existe isso não.
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