|
Texto Anterior | Índice
Explicação contradiz norma oficial do Incra
DA AGÊNCIA FOLHA
DO PAINEL
A suposta diferença entre famílias "assentadas" e "instaladas"
-pela qual o governo tenta explicar os assentamentos fantasmas
com os quais inflou balanços da
reforma agrária- não encontra
amparo na Norma de Execução
do Incra (Instituto Nacional de
Colonização e Reforma Agrária)
de número 2, de 28 de março de
2001, que dispõe sobre a regulamentação para a fase de implantação do projeto de assentamento.
O ministro do Desenvolvimento Agrário, José Abrão, e o ex-ministro da pasta, Raul Jungmann,
usaram a suposta diferença para
explicar ao presidente Fernando
Henrique Cardoso que os balanços estão corretos.
A tese de que há famílias "assentadas" e "instaladas" é descartada
pela Norma de Execução, que regula os procedimentos técnicos e
administrativos a serem adotados
na implantação dos projetos de
assentamento. O artigo 1º prevê
que a implantação do assentamento necessariamente deve ter
"a aplicação do crédito de instalação (apoio e material de construção)", o que torna obrigatória a
presença da família na área.
No Maranhão e no Distrito Federal, a Folha encontrou terrenos
baldios, sem famílias ou demarcação dos lotes e muito menos créditos de instalação aplicados.
Segundo o presidente do Incra,
Sebastião Azevedo, um assentamento é assim considerado pelo
governo "a partir da publicação
da portaria, criando o projeto". A
família relacionada a essa portaria
seria, então, uma "assentada".
A Norma de Execução do Incra
de número 18, de 19 de outubro de
2001, que dispõe sobre procedimentos para seleção de candidatos a assentamento em áreas de
reforma agrária, indica outra expressão para a situação dessa família. Ela, ao integrar a lista das
famílias que ocuparão determinado assentamento, é chamada de
beneficiária, e não de assentada.
(EDS e RV)
Texto Anterior: Outro lado: "Bancos de dados paralelos" geram as diferenças Índice
|