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Leonardo Wen/Folha Imagem
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O presidente Lula após encontro com o presidente e a primeira-dama da Argentina, Néstor Kirchner e Cristina, ontem, em Olivos |
Na Argentina, Lula apóia Kirchner em ano eleitoral
Brasileiro anuncia cooperação energética com vizinho, ameaçado por crise no setor
Presidente posa para foto com colega argentino e mulher, ambos possíveis
candidatos na eleição que acontece em outubro
BRUNO LIMA
DE BUENOS AIRES
A seis meses das eleições presidenciais argentinas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva,
anunciou em Buenos Aires que
o Brasil reforçará sua aliança de
cooperação energética com a
Argentina para que os dois países tenham mais independência na produção de energia.
Lula citou interesse em parcerias em energia hidrelétrica,
nuclear, termelétrica, biodiesel
e até em energia eólica. "Temos
clareza de que é preciso discutir com mais profundidade a situação energética do nosso
continente e sobretudo a relação energética de Brasil e Argentina. Ainda não exploramos
o potencial que temos."
Foi um forte gesto político de
Lula em apoio ao presidente argentino Néstor Kirchner, que
enfrenta um cenário interno de
ameaça de crise energética por
falta de investimentos.
O presidente classificou o tema como o mais importante em
sua visita à Argentina e disse
que esse será o assunto de uma
reunião de uma comissão bilateral de energia em Brasília, no
dia próximo dia 15. Devem participar os ministros Silas Rondeau (Minas e Energia) e o argentino Julio De Vido (Planejamento e Infra-estrutura).
Segundo o chanceler Celso
Amorim, único ministro que
acompanhou o presidente a
Buenos Aires, os dois governos
colocarão em marcha uma estratégia comum para a produção de biocombustíveis e também trabalharão na integração
de outras fontes energéticas.
Nas 17 horas em que Lula
permaneceu na Argentina, no
entanto, ao contrário do que foi
feito no Chile com relação à
produção do etanol, não foi assinado nenhum acordo.
"Também decidimos que vamos trabalhar com muito mais
carinho essa história das alianças entre os dois países", declarou Lula, para quem a relação
entre Brasil e Argentina "vive
seu melhor momento histórico". "Vamos poder ser exemplo
de aliança política para a nossa
relação com a União Européia e
com a Organização Mundial do
Comércio", afirmou.
No início da tarde, Lula,
Kirchner e a primeira-dama argentina, Cristina Fernández de
Kirchner, juntaram as mãos no
pátio da residência presidencial de Olivos (Grande Buenos
Aires) para posar para fotógrafos e câmeras de TV. A imagem
somou-se ao apoio declarado
por Lula nesta semana à continuidade do atual governo argentino, seja com Kirchner ou
com Cristina no comando.
Segundo Lula, a conversa
com Kirchner foi "política" e
estava na agenda há muito tempo. "Tanto o presidente Kirchner quanto eu estamos convencidos da importância do reforço da relação bilateral."
Ao ser questionado sobre a
eleição argentina, Lula disse
que já havia expressado sua
opinião à imprensa argentina.
Em entrevista publicada na
quinta-feira pelos três principais diários argentinos -"Clarín", "La Nación" e "Página/
12"-, Lula declarou que Kirchner é "uma bênção extraordinária" para a Argentina e classificou a continuidade do governo do colega argentino como
"extremamente importante
para a integração regional".
Kirchner ainda não anunciou
se tentará a reeleição. O argentino faz mistério com a eventual indicação da primeira-dama, que também é senadora,
como candidata.
Lula também afirmou que o
Brasil não terá problemas em
participar do Banco do Sul depois que ficar definida a finalidade do banco e a participação
de cada país e se ficar claro que
haverá benefícios para a região.
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