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PT-BH enfrenta Executiva e aprova candidato do PSB
Petistas fazem moção de "repúdio" contra a cúpula da sigla que vetou aliança com tucanos
Nota, que não cita Aécio, diz que não serão aceitas interferências nas decisões de Belo Horizonte; Pimentel não descarta ir à Justiça
PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
O PT de Belo Horizonte oficializou ontem a resistência e o
confronto com a Executiva Nacional da sigla ao aprovar moção de "repúdio e indignação"
contra a cúpula do partido que
proibiu aliança com o PSDB do
governador Aécio Neves, aliado
do prefeito da capital mineira,
Fernando Pimentel (PT).
Por ampla maioria dos 406
delegados do encontro municipal, foi aprovada a moção, seguida de discursos recheados
de palavras contra a Executiva.
No ato, também foi aprovado o
nome de Márcio Lacerda
(PSB), secretário no governo
Aécio, como o candidato da coligação. O deputado estadual
petista Roberto Carvalho foi indicado para a vaga de vice.
Pimentel responsabilizou
petistas de "São Paulo e do Rio
Grande do Sul e de outro Estado" pelo que chamou interferência nas decisões de Belo Horizonte. "Não vamos tolerar."
A moção ressalta as alianças
feitas nos últimos 16 anos, tempo que o PT comanda a prefeitura, e encerra falando em "não
medir esforços e ações" para
garantir a aliança, embora em
nenhum momento tenham sido citados o PSDB e Aécio.
"Repudiamos com indignação qualquer postura autoritária, antidemocrática, sectária,
pré-concebida e pré-determinada que venha se contrapor
aos interesses da cidade e do
partido, desrespeitando o seu
órgão máximo de decisão, que é
o encontro de delegados do
município." Diz ainda a nota:
"É por essa razão que repudiamos a orientação isolacionista
e a tentativa de impor uma tática eleitoral hegemonista e excludente, que nada tem a ver
com a cidade e conflita com o
desejo explícito da população e
da base partidária. Não mediremos esforços e ações para assegurar o melhor para a cidade e
para o partido".
Pimentel, ao discursar, criticou o fato de os dirigentes petistas, "muitas vezes ocupados
com os assuntos de Brasília e de
outros lugares do Brasil", não
prestarem atenção no que é feito na capital mineira e "atropelam a vontade da cidade".
"Não podemos aceitar e admitir, não vamos tolerar que
venham nos dizer, lá de São
Paulo, do Rio Grande do Sul, do
outro Estado da Federação
-que têm trajetórias políticas
diferentes das nossas, e menos
exitosas e vitoriosas-, o que é
que temos que fazer."
Márcio Lacerda disse ser um
"equívoco" a proibição da Executiva petista e disse que "a
aliança PSDB-PT-PSB e outros
partidos dá um passo adiante
na valorização da política que
reúne homens de boa vontade".
No PT-BH, a decisão é dar
curso normal às negociações
para a aliança. Mas isso só será
concretizado em junho. Pimentel mantém o discurso de ir
à Justiça, se necessário.
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