São Paulo, quarta-feira, 28 de abril de 2010

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NELSON DE SÁ - nelsonsa@uol.com.br

PCC lá

No mesmo horário em que o ex-governador José Serra falava da segurança em São Paulo e prometia a José Luiz Datena criar um Ministério da Segurança Pública, anteontem na Band, um senador paraguaio sofria um atentado na fronteira.
Os jornais "ABC Color" e "La Nacion" deram na manchete e destacaram que dois presos após o ataque "são de nacionalidade brasileira e pertencem ao PCC", citado como "Primer Comando Capital", que controla prisões e favelas em São Paulo. Foi também o que noticiou a TV Telefuturo.
Por aqui, o "Jornal Nacional" deu como "hipótese" que eles seriam "de uma facção criminosa no Brasil", nada de mencionar o PCC. Na manchete da Folha Online, ao longo do dia, "Paraguai investiga ligação do PCC a ataque contra senador".



OS LATINOS REAGEM
Ontem na Fox News, o apresentador ultradireitista Glenn Beck bradava contra imigrantes ilegais do Arizona, majoritariamente mexicanos, que perderam a "vida fácil bancada pelo contribuinte americano" com uma nova lei. Já do "Washington Post" ao site da Americas Society ecoava a reação do presidente do México e do secretário- geral da OEA à lei "discriminatória", ecoados ainda por diversos líderes centro-americanos.
As manchetes de ontem dos mexicanos "El Universal" e "La Jornada", à direita e à esquerda, também focaram as reações do presidente e do secretário-geral. O enunciado do "Jornada" denunciou a lei como "racista".


BRASIL QUER MEDIAR
Na manchete da Reuters Brasil à tarde, com foto do chanceler Celso Amorim e seu colega iraniano, "Brasil se oferece para mediar disputa nuclear". No longo despacho da Associated Press sobre a visita, nos sites americanos, "Chanceler iraniano esperançoso por um acordo sobre combustível nuclear, sem sanções".
No iraniano PressTV, foto de Amorim e Ahmadinejad e manchete para a opinião do presidente do Irã -de que a ordem mundial vive um declínio e os dois países podem ajudar a estabelecer uma nova ordem.

EUA REBATEM
A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, já reagiu ontem, via agências ocidentais e a estatal Voz da América, afirmando que o Irã não ofereceu agora "nada além de um esforço contínuo para influenciar a opinião pública". E que prossegue o trabalho por "sanções duras" com os "parceiros" Rússia e China.

CHINA VAI DECIDIR
No editorial "Irã também é um problema da China", o "Financial Times" avisa que "os votos de Rússia, Turquia e Brasil vão importar muito, mas" é a China que vai decidir. Ela resiste, por ter no Irã uma fonte de petróleo e por ser "defensora do mundo em desenvolvimento". Mas uma guerra faria dela "uma das primeiras a sofrer".


NO MEIO DE EUA E CHINA
O chefe da sucursal do "Financial Times" em Pequim, Geoff Dyer, escreveu a longa análise "Outros países pode preencher a lacuna entre os EUA e a China". Diz que "as nuvens começaram a se dissipar", mas Washington não achou o melhor meio de exercer pressão sobre Pequim. Dyer propõe que Brasil e Índia passem a fazer o meio de campo, como, afirma, já estariam fazendo para europeus em busca de aproximação com a China.
Dyer aconselha o Brasil a "se posicionar no meio entre os EUA e a China para elevar a sua influência", em lugar de "demonstrações de independência" como a visita de Lula a Teerã, no mês que vem.


RÁPIDO DEMAIS
wsj.com
Lula com líderes centro-americanos, ontem no "WSJ"

No alto da home page do "Financial Times", "Brasil prestes a elevar a taxa de juros", hoje. Dá como motivo "o ritmo inesperadamente rápido do crescimento, que põe pressão sobre os preços".
Antes, em longa reportagem na edição em papel do "Wall Street Journal", ilustrada com foto de Lula (acima), "Recuperação rápida do Brasil traz preocupação". Ouve um economista do banco Goldman Sachs, para quem a economia cresceu ao ritmo de 10% no primeiro trimestre e corre risco de superaquecimento.


CASSINO
wsj.com
Ao vivo nos canais de notícias e nas manchetes dos sites americanos, a audiência em que diretores do Goldman Sachs foram "grelhados" por senadores, que usaram até palavrões e falaram em "cassino desonesto"



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