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União decide criar sistema de controle de obras conveniadas
Obras do PAC acima de R$ 10,4 mi tocadas por Estados e cidades terão unidade própria no Siafi, que acompanha gastos públicos
Em julho, deve ser criado sistema para fiscalizar os repasses do governo para obras, independentemente do valor ou de estar no PAC
KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo federal criará uma
nova unidade orçamentária no
Siafi para todas as obras do PAC
(Plano de Aceleração do Crescimento) superiores a R$ 10,4
milhões que serão realizadas
em parcerias com Estados e
municípios. No PAC, há previsão de que R$ 3,7 bilhões sejam
destinados a obras de infra-estrutura que serão executadas
por Estados e municípios.
O Ministério do Planejamento já prepara um decreto-presidencial que será apresentado
para análise de Luiz Inácio Lula
da Silva nesta semana.
Essa nova unidade orçamentária no Siafi, sistema que permite acompanhamento dos
gastos públicos, é resultado das
revelações da Operação Navalha, da Polícia Federal, segundo
apurou a Folha. A partir de R$
10,4 milhões, uma obra é considerada média por critérios fixados na LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias).
Para complementar o controle, outra decisão federal foi
tomada: entrará em funcionamento a partir de julho um novo sistema de controle de todos
os convênios firmados pela
União com Estados e municípios, independentemente do
valor da obra e de constarem
ou não do PAC.
Este sistema vem sendo elaborado desde janeiro em parceria do Ministério do Planejamento e da CGU (Corregedoria
Geral da União) como resposta
ao escândalo dos sanguessugas.
"Essas medidas deverão dar
mais transparência ao gasto
público e, portanto, vão permitir um controle mais rígido pelo governo, por ONGs, pelo Ministério Público e pela imprensa", disse o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo.
Na máfia dos sanguessugas,
emendas individuais de congressistas foram usadas para
desvio de verba. Na Operação
Navalha, emendas coletivas
das bancadas do Congresso,
convênios da União com Estados e municípios e obras de governadores e prefeitos foram
alvo de irregularidades.
Hoje não há um mecanismo
de informática de controle dos
convênios feitos pela União
com Estados e municípios.
Exemplo: no Siafi, aparece apenas que o governo federal destinou determinado volume de
recursos para uma obra estadual ou municipal.
A contratação do executor, o
acompanhamento das fases da
obra nem a liberação parcial de
recursos aparecem no sistema.
Em breve, será possível acompanhamento em detalhe.
Alvo da Gautama
Segundo o site Contas Abertas, especializado na fiscalização do controle do Orçamento
público, os maiores volumes de
desvios de recursos públicos
revelados pela Operação Navalha aconteceram em obras em
Estados e municípios.
O grande alvo do esquema de
corrupção capitaneado pela
Gautama, do empresário Zuleido Veras, eram obras estaduais
e municipais, fossem elas realizadas com recursos próprios ou
por meio de repasses federais.
Ou seja, obras que não podem
ter a execução nem o pagamento acompanhados pelo Siafi,
pois o sistema é destinado a
gastos diretos da União.
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