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ELEIÇÕES 2006 / PRESIDÊNCIA
Sem PSB, Lula perde 2 minutos por dia
Presidente insiste em aliança para evitar que Alckmin tenha vantagem de cerca de 15 minutos semanais em rádio e televisão
Programa eleitoral gratuito de candidatos a presidente terá dois blocos de 25 minutos às terças, quintas e sábados, além de inserções
MARTA SALOMON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A dois dias do fim do prazo
para o lançamento de candidatos ao Planalto, o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva busca,
por meio de um difícil apoio
formal do PSB, mais aproximadamente seis minutos semanais de propaganda eleitoral
gratuita no rádio e na televisão.
Se a aliança falhar, a vantagem
do adversário tucano, Geraldo
Alckmin, em relação a Lula aumentará mais de 11 minutos e
meio por semana. Nesse cenário, o tucano terá cerca de 15
minutos a mais que o petista.
A diferença se deve à bancada
que o PSB tinha na Câmara no
primeiro dia dos trabalhos da
atual legislatura, em 2003: 28
deputados. Com o PSB na
aliança já integrada por PT e PC
do B, a diferença entre os dois
principais candidatos fica reduzida a cerca de 4 minutos por
semana. Daí o esforço de Lula.
A Folha simulou o rateio do
tempo de propaganda gratuita
no rádio e na televisão, que começará em 15 de agosto, com
base no resultado, até aqui, das
convenções partidárias. Também foi considerada a candidatura do PCO. O prazo para lançar candidatos e formalizar
alianças termina na sexta-feira.
De acordo com a legislação
eleitoral, os presidenciáveis terão direito a dois blocos de 25
minutos cada um de propaganda no rádio e na televisão toda
terça, quinta e sábado, além de
seis minutos diários de inserções curtas, de até um minuto
cada, inclusive aos domingos.
A propaganda irá ao ar durante quarenta e cinco dias. Esse período se encerra na antevéspera das eleições de 1º de
outubro. Tempo de propaganda é uma das armas mais importantes da disputa eleitoral
e, para o comando da campanha de Alckmin, a vantagem na
divisão do tempo representa a
principal chance que o candidato tucano tem para crescer.
O rateio
A terça parte do tempo de
propaganda eleitoral no rádio e
na televisão é dividida igualmente entre os sete candidatos
ao Planalto. Uma oitava candidatura poderá ser lançada hoje
pelo PSC, mas não chegou a ser
considerada nas simulações
por conta das fortes resistências dentro do próprio partido.
Caso Rogério Vargas dispute
a Presidência, ele terá tanto
tempo quanto Luciano Bivar,
do PSL, partido que também tinha um deputado no início da
atual legislatura.
Dois terços restantes do tempo de propaganda eleitoral são
divididos com base no tamanho
das bancadas. Esse critério garantiu a vantagem de Geraldo
Alckmin no rateio porque
PSDB e PFL somavam, em fevereiro de 2003, 139 deputados. Mesmo que venha a contar
com o apoio do PSB, a aliança
em torno de Lula somará, no
máximo, 131 deputados.
O PSB decidiu, no último sábado, não formalizar apoio à
candidatura à reeleição de Lula. Mas o candidato petista, que
chegou a oferecer a vaga de vice
na chapa ao partido, ainda investe numa mudança.
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