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Sibá diz ter renunciado por não ser subserviente
Senador do PT afirma ter ficado isolado na presidência do conselho e culpa oposição
Jarbas Vasconcelos defende saída de Renan Calheiros
da presidência da Casa; o caso ficou parado por sete dias por falta de relator
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O senador Sibá Machado
(PT-AC) afirmou ontem, em
discurso na tribuna do Senado,
que renunciou à presidência do
Conselho de Ética porque se
sentiu isolado na condução do
processo contra o presidente
da Casa, Renan Calheiros
(PMDB-AL). Ele afirmou ainda
que tomou a atitude porque
não seria "subserviente" na
condução dos trabalhos.
Orientado pelo PT e pressionado pelo PMDB, Sibá creditou
à oposição uma parcela de culpa pelas circunstâncias que o
levaram a renunciar. Em um
discurso curto, o senador aproveitou para defender os procedimentos que adotou enquanto
conduziu o processo contra Renan por quebra de decoro.
Enquanto Sibá discursava, a
sessão era presidida por Renan,
que limitou os apartes feitos
em solidariedade a Sibá alegando que estava prejudicando o
início das votações.
"Senti que estava praticamente sozinho assumindo uma
responsabilidade que é da Casa
e de todos os membros do Conselho de Ética", afirmou Sibá. O
caso ficou parado por sete dias
por falta de relator.
Ele foi pressionado pelo
PMDB a encerrar as investigações e enviar o caso para o STF
(Supremo Tribunal Federal).
"Minha humildade e minha
lealdade nunca deverão ser
confundidas com subserviência", afirmou o petista.
Em aparte ao discurso, o senador Jarbas Vasconcelos
(PMDB-PE) afirmou que era
constrangedor ter naquele momento Renan presidindo a sessão e defendeu mais uma vez
seu afastamento do cargo. "O
Senado não pode ficar é sangrando, e, mais do que sangrando, fedendo", disse ele.
Renan cumprimentou Sibá
no final do discurso. "Quero
cumprimentar o senador Sibá
Machado e dizer do respeito
que temos por Vossa Excelência, de sua correção, do mandato combativo que exerceu em
todos os momentos, e do papel
estratégico que tem exercido
nesta Casa, sobretudo no Conselho de Ética, o qual conduziu
com isenção, com transparência e com absoluta correção."
Quando tomou a decisão na
noite de anteontem, Sibá afirmou que as decisões do conselho tinham sido contaminadas
por "emoções políticas".
Durante o discurso ele recebeu solidariedade do PT e creditou parte da culpa pelo impasse nos trabalhos à oposição.
"Senti que os encaminhamentos para a reunião desta quarta-feira não foram compreendidos
pela maioria dos senadores.
Junte-se a isso a incompreensão da oposição na condução
dos trabalhos, além do fato de
ver que o processo foi contaminado por interesses que, no
meu entendimento, vão além
dos objetivos da representação
[do PSOL]", afirmou Sibá.
Julgamento
O ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira de Lima
(PMDB), afirmou ontem que
"não dá mais para o Congresso
ficar com a responsabilidade de
julgar seus próprios pares".
"O Congresso tem que encarar de frente essa questão de
que assuntos que tratam de tomada de juízo e definição que
envolve aspectos de Justiça
têm que ser tratados pelo Poder Judiciário. [É preciso] modificar essa legislação", afirmou
o ministro peemedebista.
(FERNANDA KRAKOVICS)
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