São Paulo, sábado, 28 de junho de 2008

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Amigos & parentes

Tirada do anonimato pela Operação João de Barro, a Construssati, cujo dono é filho de um assessor recém-exonerado por Márcio Fortes (Cidades), é velha conhecida do governo Lula. Quando flagrada pela PF, a empresa tentava seu vôo mais alto, um contrato de R$ 5,5 mi do PAC. Mas, desde 2004, conseguiu firmar silenciosamente R$ 1 mi em contratos com os ministérios da Agricultura, Defesa e Educação e a Aneel.
O ministro conhece o exonerado José Alcino Scarassati desde os tempos em que ambos trabalhavam na pasta da Agricultura. Depois, foi Fortes quem arrumou emprego para Scarassati no gabinete do deputado Eduardo Gomes (PSDB-TO). Mais tarde, o filho venceu licitações para reformar apartamentos funcionais e o comitê de imprensa do Senado.

Prévia 1. Dois meses antes da operação da PF, a Construssati teve licitação de R$ 840 mil cancelada pelo prefeito de Cristalina (PR-GO) por "não acudir as razões de interesse público". Eram obras de asfaltamento, com verba do Ministério das Cidades.

Prévia 2. Em março, a Secretaria da Fazenda de Tocantins incluiu a Construssati no "Relatório de Omissos" do DIF (Documento de Informações Fiscais) em Lajeado. Leia-se: a empresa não prestou contas sobre ICMS.

Locação 1. A viagem de Lula a Caracas foi cercada de surpresas de última hora. Hugo Chávez insistia em que o encontro com o colega fosse realizado em Santa Elena de Uairen, na fronteira entre Brasil e Venezuela. A segurança de Lula não aceitou a proposta, alegando falta de estrutura adequada. Chávez fez questão de deixar claro que não gostou de ouvir não.

Locação 2. O roteiro com que Lula embarcou previa a realização do encontro no Palácio de Miraflores. Foram jornalistas venezuelanos que avisaram o Planalto que o encontro havia sido transferido para a sede da PDVSA -onde Hugo Chávez fez questão de instalar tão numerosa quanto ruidosa claque vestida de camisas vermelhas.

E eu? Representantes do nanico PTN armaram barraco na reunião prévia para a convenção do PT-SP, amanhã, porque a legenda não constava dos informes a respeito da aliança com o bloquinho.

Cãozinho. Na convenção do PT, hoje, para oficializar sua candidatura à Prefeitura de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho anunciará o deputado cantor Frank Aguiar (PTB) como vice.

Vaivém. DEM e PSDB, que tinham anunciado aliança e depois rompido em Belém, voltaram a se acertar. Para não dar margem a dúvida de que agora é para valer, a candidata Valéria Pires Franco já despachava na sede do PSDB ontem. O vice da chapa será o tucano Paulo Chaves.

Tarifário. Duda Mendonça fechou mais um contrato: fará a campanha à reeleição de Duciomar Costa (PTB) em Belém. Os diferentes pacotes oferecidos pelo marqueteiro em seu esforço para voltar à ativa pós-mensalão já ganharam apelido. "Tem café da manhã, meia-pensão e pensão completa", diz um político. Na capital paraense, Duda servirá a última opção.

Um pelo outro. Num último esforço para preservar o "bloquinho", as direções nacionais do PSB e do PC do B forçaram acordos em Manaus e no Rio de Janeiro. O PC do B retirou a candidatura de Vanessa Grazziotin na capital amazonense para apoiar a reeleição do prefeito Serafim Corrêa. Em troca, o PSB ficará com Jandira Feghali no Rio.

Volver. O movimento à esquerda atrapalhou outra aliança que estava para ser anunciada: a do DEM e do PSDB em apoio ao prefeito de Manaus. Agora, as duas siglas adiaram a decisão para segunda e vão prolongar as conversas fim de semana adentro.

Tiroteio

"Mesmo fazendo campanha com dinheiro público, não há publicidade que esconda os quatro anos de má administração".
Do vereador JOÃO ANTONIO (PT), sobre o aumento nos gastos de publicidade anunciado pela gestão de Gilberto Kassab (DEM).

Contraponto

Canoa furada

Arthur Virgílio (PSDB) e João Pedro (PT), senadores pelo Amazonas, discutiam na Comissão de Assuntos Econômicos a respeito de um empréstimo de R$ 165 milhões para o governo do Estado. O petista tentava convencer o tucano a não embargar a votação:
-Estamos no mesmo barco, o dinheiro é para o Estado!
Adversário local do governador Eduardo Braga (PMDB), Virgílio aproveitou para cutucar:
-Lembro de uma campanha em que andei de barco com você, na época candidato a deputado. Capotamos e fomos salvos por muito pouco. Avisei você que com aquele barco não venceríamos a eleição...


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