São Paulo, sábado, 28 de junho de 2008

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Em sua defesa, Paulinho ataca corregedor

SIMONE IGLESIAS
MARIA CLARA CABRAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A defesa escrita do deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho da Força Sindical, entregue ao Conselho de Ética, se concentra principalmente em atacar o corregedor-geral da Câmara, deputado Inocêncio Oliveira (PR-PE), o PSOL, partido autor da representação, e a imprensa.
São 56 páginas de texto produzido por seu advogado Leônidas Scholz e outras 218 contendo anexos, como o depoimento de seu ex-assessor João Pedro de Moura à Polícia Federal e ao Ministério Público, a contabilidade da ONG Meu Guri e até uma história em quadrinhos protagonizada por ele e por sua mulher, Elza de Fátima Pereira.
O advogado de Paulinho argumenta que as denúncias de seu envolvimento em fraudes no BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e de conseqüente favorecimento a ONG são baseadas apenas em recortes de jornais, sem nenhuma prova concreta. Ele pede ao conselho o arquivamento do processo.

Quadrinho
A história em quadrinhos foi anexada ao documento para mostrar porque a ONG foi criada. "Elza e Paulinho perceberam que para muitas crianças e adolescentes o mundo estava sem cor e sem referências. Eles precisavam ajudar a mudar essa situação", explica uma tirinha da história.
Nos anexos, Paulinho também apresenta uma relação dos 37 parceiros da Meu Guri, presidida por Elza. Os números telefônicos, no entanto, estão, em sua maioria, desatualizados.
"Formada por recortes de jornais e a ausência de provas [as representações do PSOL] se tornam um patológico furor persecutório", diz o advogado de Paulinho na defesa.
"[A Corregedoria] transformou mero noticiário em elemento de prova, como se o sistema jurídico vigente contemplasse a figura do inquérito jornalístico", afirma sobre Inocêncio, que pediu ao conselho pelo prosseguimento da investigação.
Sobre a imprensa, o documento diz: "Ela subverte a hierarquia se valendo mais da polícia do que da justiça criminal".
Paulinho diz que o diálogo com o advogado Ricardo Tosto "foi com o propósito de encontrar explicação e demonstrou interesse em que os fatos fossem devidamente apurados. Não houve conduta minimamente apta a constranger quem quer que fosse", diz o documento.


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