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Painel
RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br
Me dê motivo
Elemento vital para a sobrevivência de José Sarney
na presidência do Senado, o DEM preparou um discurso que, a depender das circunstâncias, pode justificar tanto a permanência quanto o desembarque da
canoa do peemedebista. Alegam os "demos" que a
questão central é esclarecer a atuação de José Adriano Sarney na operação do crédito consignado.
"Não temos compromisso inarredável", afirma José
Agripino, líder da bancada e responsável pela costura
que levou a sigla a apoiar a eleição de Sarney em fevereiro. "Ele tem de provar que o caso do neto é diferente do caso do Zoghbi", diz, referindo-se ao diretor de
Recursos Humanos que se encrencou especificamente devido a irregularidades no crédito consignado.
Veja bem. O discurso de
Sarney e aliados para diferenciar José Adriano de Zoghbi
consiste em repetir que o primeiro tem "carreira sólida na
área", atua com o "lastro de
uma grande instituição" e
"nunca usou laranjas".
Gentileza. Sarney nomeou
por meio de ato secreto, em
março de 2007, Emico Uyeda
para o Conselho Editorial do
Senado. É a mulher do ministro Massami Uyeda, do STJ, e
consta até hoje do rol de funcionários comissionados.
Transparência? Uma das
primeiras providências de
Dóris Marize Peixoto como
diretora de Recursos Humanos foi baixar resolução segundo a qual os funcionários
da divisão estão proibidos de
dar entrevistas. Foi um servidor do RH, Franklin Paes
Landim, que confirmou a
existência de ordens para
manter atos secretos.
Fila indiana. Um curioso
fez a conta: se o presidente do
Senado dedicar dez minutos a
cada um dos 96 assessores
disponíveis em seus dois gabinetes, gastará 16 horas por dia
em "despachos internos".
Esses meninos. Sexta, no
Fórum de Software Livre, Lula disse que "netos sabem
mais que os avós hoje em dia".
Ele se referia a informática,
mas houve na plateia quem se
lembrasse de Sarney.
Mão única. Ao menos numa primeira fase, o Blog do
Planalto não será aberto a comentários de internautas.
A mil. Auxiliares próximos
têm notado sinais de cansaço
em Lula. Creditam isso à
agenda de viagens do presidente, mais carregada que de
costume, e a tarefas que ele
assumiu durante o tratamento de Dilma Rousseff.
Herança. A preocupação do
PSDB e do DEM com o crescimento de Dilma (PT) nas pesquisas é maior do que sugerem as declarações públicas
de seus líderes. A oposição dá
como certo que Heloisa Helena (PSOL), hoje presente nas
cédulas de todos os institutos,
não será candidata à Presidência, e sim ao Senado. E que
uma parcela expressiva de sua
intenção de voto migrará para
a ministra da Casa Civil.
Linha direta. Marcos Valério não depende mais de conhecidos petistas para enviar
recados ao Planalto. Rodolfo
Gropen, advogado do operador do mensalão e atualmente
consultor do Ipea, tem trânsito não apenas na Secretaria de
Assuntos Estratégicos, à qual
o instituto está subordinado,
mas também em gabinetes
centrais do governo.
Matando.... Além da greve,
um barraco animal agita a
USP. Após desentendimento
com Mayana Zatz, pró-reitora
de pesquisa, a professora Maria Angélica Miglino resolveu
suspender o acesso da geneticista aos cães da Faculdade de
Medicina Veterinária e Zootecnia utilizados em pesquisas com células-tronco.
...cachorro a grito. O
conflito entre Zatz e Miglino
já envolveu correntes e cadeados para trancar os animais
-e, no ato seguinte, alicate
para soltá-los. A reitora Suely
Vilela foi chamada a arbitrar a
questão. Zatz teria adotado a
linha "ou ela, ou eu".
Tiroteio
"Enquanto o Congresso discute as
regras eleitorais, Lula atropela
todo mundo e faz campanha escancarada
com mais de um ano de antecedência."
De JOSÉ ANÍBAL, líder do PSDB na Câmara, sobre entrevista na qual o presidente disse que sua candidata, Dilma Rousseff, deve ter
um grande leque de alianças para "ganhar bem e governar bem".
Contraponto
Toma que o banqueiro é teu
As senadoras Lúcia Vânia (PSDB-GO) e Ideli Salvatti
(PT-SC) conversavam na quarta-feira sobre a possível
candidatura do presidente do Banco Central, Henrique
Meirelles, a algum cargo majoritário em 2010.
-Acho que ele está perdendo o timing- disse a tucana.
-Não me fale uma coisa dessas!- replicou a petista,
aflita diante do risco de Meirelles permanecer onde está.
-Não seja ingrata! Ele ajudou o governo demais!- ponderou Lúcia Vânia, amiga do presidente do BC.
-Ajudou demais, atrapalhou demais... Está na hora de
devolvê-lo para Goiás. Pronto, já tem até o slogan da campanha- encerrou Ideli, rindo junto com a colega.
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