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Oposição depende do empresariado, diz presidente do PSDB
Distante do poder desde 2003, partido desistiu de fazer recadastramento para não perder filiados
DA REPORTAGEM LOCAL
No PSDB, a contribuição dos
filiados é ainda menos expressiva do que a do PT. Desde
2002, o Diretório Nacional do
PSDB não recebe nem sequer
um centavo de colaboração dos
militantes filiados. O diretório
estadual do partido em São
Paulo captou meros R$ 3.400
de seus militantes em 2008.
Presidente nacional do
PSDB, o senador Sérgio Guerra
(PE) admite que, no partido,
"nunca ninguém trabalhou isso
[a mobilização de filiados]".
Guerra reconhece também
que, sem a contribuição dos filiados e distante da máquina federal desde 2003, os partidos
de oposição são obrigados a recorrer ao empresariado:
"Todos os partidos de oposição dependem da contribuição
dos empresários".
Apesar do reconhecido trânsito no empresariado, o PSDB
não tem, de acordo com Guerra, a mesma capacidade de arrecadação que o PT.
"Os empresários doam para o
PSDB por causa da expectativa
de poder. Mas são dois para a
oposição e oito para o PT".
O emagrecimento do PSDB é
objeto de preocupação do tucanato. Com 1,1 milhão de filiados
oficialmente registrados, o partido sabe que esse número não
corresponde à realidade.
Por isso mesmo, conteve o
movimento para o recadastramento de seus filiados.
Tanto que optou por uma expressão mais branda no documento que propõe a regulamentação das prévias para a escolha de seu candidato à Presidência da República. No lugar
de recadastramento, "inscrição" de filiados interessados
em participar da escolha.
Recadastramento
Pela proposta originalmente
apresentada pelos aliados do
governador Aécio Neves (MG),
o universo de eleitores seria delimitado após o processo de recadastramento. Dele, só teriam
direito a voto aqueles que estivessem filiados ao partido até
outubro de 2008. Mas, por decisão do comando do partido, a
expressão foi substituída por
"inscrição dos filiados".
"Em todo recadastramento
de filiados, o número cai a 10%.
Não tem jeito. O partido não
tem que se preocupar com isso,
mas com o candidato que mobilize o partido", declarou o
presidente do Instituto Tancredo Neves, Luiz Paulo Vellozo Lucas (ES).
Para integrantes do PSDB,
com a abertura de inscrição é
possível mensurar a mobilização do partido sem o risco de
expor uma desidratação.
Segundo a proposta, a data da
prévia deverá ser fixada ainda
em setembro. E deverá acontecer entre dezembro de 2009 e
fevereiro de 2010. O formato
deve passar pelo crivo da Executiva do partido. Mas, segundo Guerra, a fixação de regras
não significa que a disputa interna acontecerá. "Só se não
houver acordo", diz Guerra.
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