São Paulo, domingo, 28 de junho de 2009

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Oposição depende do empresariado, diz presidente do PSDB

Distante do poder desde 2003, partido desistiu de fazer recadastramento para não perder filiados

DA REPORTAGEM LOCAL

No PSDB, a contribuição dos filiados é ainda menos expressiva do que a do PT. Desde 2002, o Diretório Nacional do PSDB não recebe nem sequer um centavo de colaboração dos militantes filiados. O diretório estadual do partido em São Paulo captou meros R$ 3.400 de seus militantes em 2008.
Presidente nacional do PSDB, o senador Sérgio Guerra (PE) admite que, no partido, "nunca ninguém trabalhou isso [a mobilização de filiados]".
Guerra reconhece também que, sem a contribuição dos filiados e distante da máquina federal desde 2003, os partidos de oposição são obrigados a recorrer ao empresariado:
"Todos os partidos de oposição dependem da contribuição dos empresários".
Apesar do reconhecido trânsito no empresariado, o PSDB não tem, de acordo com Guerra, a mesma capacidade de arrecadação que o PT.
"Os empresários doam para o PSDB por causa da expectativa de poder. Mas são dois para a oposição e oito para o PT".
O emagrecimento do PSDB é objeto de preocupação do tucanato. Com 1,1 milhão de filiados oficialmente registrados, o partido sabe que esse número não corresponde à realidade.
Por isso mesmo, conteve o movimento para o recadastramento de seus filiados.
Tanto que optou por uma expressão mais branda no documento que propõe a regulamentação das prévias para a escolha de seu candidato à Presidência da República. No lugar de recadastramento, "inscrição" de filiados interessados em participar da escolha.

Recadastramento
Pela proposta originalmente apresentada pelos aliados do governador Aécio Neves (MG), o universo de eleitores seria delimitado após o processo de recadastramento. Dele, só teriam direito a voto aqueles que estivessem filiados ao partido até outubro de 2008. Mas, por decisão do comando do partido, a expressão foi substituída por "inscrição dos filiados".
"Em todo recadastramento de filiados, o número cai a 10%. Não tem jeito. O partido não tem que se preocupar com isso, mas com o candidato que mobilize o partido", declarou o presidente do Instituto Tancredo Neves, Luiz Paulo Vellozo Lucas (ES).
Para integrantes do PSDB, com a abertura de inscrição é possível mensurar a mobilização do partido sem o risco de expor uma desidratação.
Segundo a proposta, a data da prévia deverá ser fixada ainda em setembro. E deverá acontecer entre dezembro de 2009 e fevereiro de 2010. O formato deve passar pelo crivo da Executiva do partido. Mas, segundo Guerra, a fixação de regras não significa que a disputa interna acontecerá. "Só se não houver acordo", diz Guerra.


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