São Paulo, quinta-feira, 28 de julho de 2005

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Para Dirceu, acusações são frágeis

FÁBIO ZANINI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Em seu aguardado depoimento ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, na próxima terça-feira, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu deve explorar as supostas "fragilidades" do depoimento de Renilda de Souza, mulher do publicitário Marcos Valério, à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) dos Correios. Também promete uma "contra-ofensiva" contra seus detratores.
Segundo os dois advogados que estão trabalhando na defesa de Dirceu, há contradições e inconsistências nas palavras de Renilda, que implicou o ex-ministro nos empréstimos bancários feitos pelo PT com aval do publicitário.
O fato de Renilda não ter apresentado provas, não ter presenciado os fatos que descreveu e ter prestado depoimento sem o compromisso de dizer a verdade minariam sua credibilidade, segundo a tese da defesa de Dirceu.
Fechado em seu apartamento funcional em Brasília, Dirceu tem se dedicado a preparar seu depoimento, em conversas principalmente com o criminalista José Luis Oliveira Lima, baseado em São Paulo, que contratou há dez dias. Também colabora "informalmente" na defesa o advogado Fernando Neves, ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral.
"O depoimento é fraco. É importante lembrar que ela [Renilda] deu declarações sem o compromisso de serem verdadeiras", afirma Oliveira Lima.
De acordo com o advogado criminalista, que diz ser contratado diretamente por Dirceu, sem intermediação do PT, há contradição entre Renilda e seu marido. "O Marcos Valério não citou essas questões [contatos com os representantes dos bancos] da mesma maneira que a Renilda", disse.
O ex-ministro mantém a versão de que não sabia dos empréstimos bancários ao PT, nem do caixa dois do partido.
Oficialmente, Dirceu está "tranqüilo". Reservadamente, diz a amigos que está preocupado. Admite a possibilidade de vir a ser cassado e promete ir para o revide, explorando as ligações de PSDB e PFL com as empresas de Marcos Valério


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