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Para Dirceu, acusações são frágeis
FÁBIO ZANINI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em seu aguardado depoimento
ao Conselho de Ética da Câmara
dos Deputados, na próxima terça-feira, o ex-ministro da Casa Civil
José Dirceu deve explorar as supostas "fragilidades" do depoimento de Renilda de Souza, mulher do publicitário Marcos Valério, à CPI (Comissão Parlamentar
de Inquérito) dos Correios. Também promete uma "contra-ofensiva" contra seus detratores.
Segundo os dois advogados que
estão trabalhando na defesa de
Dirceu, há contradições e inconsistências nas palavras de Renilda,
que implicou o ex-ministro nos
empréstimos bancários feitos pelo PT com aval do publicitário.
O fato de Renilda não ter apresentado provas, não ter presenciado os fatos que descreveu e ter
prestado depoimento sem o compromisso de dizer a verdade minariam sua credibilidade, segundo a tese da defesa de Dirceu.
Fechado em seu apartamento
funcional em Brasília, Dirceu tem
se dedicado a preparar seu depoimento, em conversas principalmente com o criminalista José
Luis Oliveira Lima, baseado em
São Paulo, que contratou há dez
dias. Também colabora "informalmente" na defesa o advogado
Fernando Neves, ex-ministro do
Tribunal Superior Eleitoral.
"O depoimento é fraco. É importante lembrar que ela [Renilda] deu declarações sem o compromisso de serem verdadeiras",
afirma Oliveira Lima.
De acordo com o advogado criminalista, que diz ser contratado
diretamente por Dirceu, sem intermediação do PT, há contradição entre Renilda e seu marido.
"O Marcos Valério não citou essas
questões [contatos com os representantes dos bancos] da mesma
maneira que a Renilda", disse.
O ex-ministro mantém a versão
de que não sabia dos empréstimos bancários ao PT, nem do caixa dois do partido.
Oficialmente, Dirceu está "tranqüilo". Reservadamente, diz a
amigos que está preocupado. Admite a possibilidade de vir a ser
cassado e promete ir para o revide, explorando as ligações de
PSDB e PFL com as empresas de
Marcos Valério
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