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ESCÂNDALO DO "MENSALÃO"/ HORA DAS PROVAS
Telefônicas que têm o Opportunity como acionista dizem que depósitos na conta de empresa de Marcos Valério são por serviços de publicidade
Grupo de Dantas deposita R$ 127 mi na DNA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BRASÍLIA
Já é de cerca de R$ 127 milhões a
soma dos depósitos das empresas
de telefonia das quais é sócio o
Grupo Opportunity, do banqueiro Daniel Dantas, nas contas da
DNA Propaganda. A Telemig Celular, a Amazônia Celular e a Brasil Telecom respondem, juntas,
pelo maior volume de depósitos
na agência de Marcos Valério de
Souza, segundo análise parcial
das informações da quebra do sigilo bancário do publicitário.
As empresas controladas por
Daniel Dantas são ou foram clientes da DNA. Ainda assim, o volume de gastos com publicidade
(R$ 126,8 milhões) chamou a
atenção da CPI dos Correios e inspirou um pedido de convocação
do banqueiro, ainda não aprovado pelo plenário da comissão.
Em segundo lugar na lista dos
grandes depositantes nas contas
da DNA no Banco do Brasil aparece, com R$ 44 milhões, a Companhia Brasileira de Meios de Pagamento, cuja marca registrada é
a Visanet, empresa de cartão de
crédito criada a partir da associação entre o Banco do Brasil, o Bradesco e o Banco Rural.
A CPI encontrou valores altos e
próximos de depósitos da Fiat
Automóveis e do Banco Santander. Até ontem, os créditos da
montadora e do banco nas contas
da DNA Propaganda somavam
R$ 8,7 milhões e R$ 8,9 milhões,
respectivamente.
Os depósitos em valores elevados pela Telemig Celular e pela
Fiat já haviam sido objeto de comunicação do Banco do Brasil ao
Coaf ( Conselho de Controle de
Atividades Financeiras).
Outro lado
A Fiat Automóveis, a Visanet, a
Telemig Celular e a Amazônia Celular atribuíram os depósitos na
conta da DNA Propaganda a pagamentos de serviços de publicidade e marketing.
Por meio de sua assessoria, a
Brasil Telecom informou que pagou a DNA por serviço de divulgação de utilidade pública em julho de 2003. A companhia divulgou ainda ter rompido neste mês
contrato assinado em abril com a
agência de Marcos Valério, devido às acusações contra ele.
A Telemig e Amazônia Celular
disseram, em nota, que notícias
da imprensa têm citado de "forma equivocada" a relação comercial com a DNA trazendo "prejuízos à imagem das operadas".
Os contratos com a DNA, ainda
em vigor, foram assinados em
1998 (pela Telemig) e em 2001
(Amazônia). Nesse último ano,
houve a contratação de outra empresa da qual Marcos Valério é sócio, a SMPB. As operadoras de telefonia pagam em percentuais de
comissão 7,5% às empresas de
Valério pelas campanhas de publicidade e 10% para veiculação.
Anteontem, a CPI dos Correios
revelou a primeira lista de empresas depositantes na conta da empresa de Valério, investigado por
operar caixa dois do PT a pedido
do ex-tesoureiro Delúbio Soares.
A Visanet informou que a quantia paga à DNA refere-se a "ações
de marketing para lançamento de
novos produtos, incentivando a
emissão de cartões de crédito e
débito do Banco do Brasil". A
DNA possui um contrato de publicidade com o BB.
A assessoria da Fiat Automóveis
informou que teve contrato com a
empresa de Marcos Valério de
agosto de 2000 a abril de 2005 para "prestação de serviços de publicidade de varejo da montadora
em Minas Gerais".
Também citada pela CPI, como
depositante de R$ 401 mil, a Construtora Norberto Odebrecht disse
que pagou à DNA pela divulgação
de empreendimentos imobiliários em Minas Gerais. A assessoria do Santander também não foi
localizada ontem à noite, quando
a informação do depósito foi divulgada pelos membros da CPI.
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