São Paulo, sábado, 28 de julho de 2007

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Sangria

Reunidas ontem com a ministra Marta Suplicy, 20 entidades que representam empresas do setor de turismo colocaram sobre a mesa uma estimativa de até 25% de queda em seu movimento nas quase duas semanas que se seguiram à tragédia em Congonhas. Os pacotes para o Nordeste teriam sido os mais afetados.
No encontro, foi pedida a intervenção do governo federal para cobrar das companhias aéreas melhoria no atendimento aos clientes. Marta, em luta para virar a página de seu comentário que virou símbolo do descaso das autoridades com a crise, comprometeu-se a conversar com Defesa, Infraero e Anac para encontrar medidas que ajudem o setor.

Fila. A despeito das movimentações de ontem no escritório da Anac no Rio de Janeiro, tudo indica que, depois de Waldir Pires (Defesa), a próxima cabeça a rolar será mesmo a do presidente da Infraero, José Carlos Pereira.

Não é comigo 1. Enquanto o presidente da Anac, Milton Zuanazzi, fez um movimento para indicar que deixaria o posto se o governo assim preferisse, a diretora Denise Abreu não havia dado, até ontem, nenhum sinal de que pretenda facilitar as coisas.

Não é comigo 2. Ao saber, na véspera, da desastrosa condecoração preparada pela Aeronáutica, a Casa Civil aconselhou fortemente a diretoria da Anac a não comparecer, dada a comoção da opinião pública com o acidente da TAM e os dez meses de crise aérea. Ninguém deu a menor bola à recomendação.

Cansei. Segundo auxiliares, Tarso Genro decidiu agir contra as empresas aéreas em resposta a incessante pressão dos Procons estaduais, que estão entupidos de reclamações dos passageiros desde o Natal. Com a Anac em crise, o ministro da Justiça viu uma brecha para entrar em campo.

Açodamento. Na própria cozinha do Palácio do Planalto há restrições ao modo de funcionamento da Anac. "A implementação foi feita aos saltos, sem tempo adequado de transferência de uma estrutura para outra. É preciso repensar", afirma o general Jorge Félix (GSI).

Baixa. O governo calcula que a crise aérea trará prejuízo também à meta de "revolucionar" o controle de tráfego aéreo com a utilização de satélites, inicialmente prevista para 2010. O atraso deve ser de no mínimo dois anos.

Casquinha 1. O PC do B do ministro Orlando Silva (Esporte) espalhou 32 outdoors pelo Rio faturando a realização do Pan. O partido planeja lançar Jandira Feghali para a prefeitura em 2008.

Casquinha 2. A Câmara também se esforça para associar sua imagem ao evento. Pôs cartazes em seus corredores dizendo que três leis aprovadas pela Casa tornaram possível a realização do Pan. Na verdade, foram três medidas provisórias do Executivo.

Road show. Sonhando com vôos eleitorais mais altos em São Paulo, Arlindo Chinaglia (PT) não perde oportunidade de agradar às bases. O presidente da Câmara vai inaugurar na semana que vem uma escola em Bocaina, cidade com 11 mil habitantes na região central do Estado.

No pescoço. Eduardo Cunha (PMDB-RJ) disse ao ministro Walfrido dos Mares Guia (Relações Institucionais), em conversa nesta semana, que o não-atendimento das reivindicações da bancada fluminense levará a uma crise na base a partir de quarta.

Na foto. Além da na nomeação de Luiz Paulo Conde para Furnas, o vice-presidente da CPI do Apagão Aéreo cobrou o fato de nenhum deputado ter sido chamado para evento da Funasa no Rio, na segunda, em que foram anunciados investimentos do PAC.

Tiroteio

"Recorrer à privatização para resolver os problemas do país vai contra o que pensamos e o que defendemos na campanha de 2006."


Do secretário de Relações Internacionais do PT, VALTER POMAR, sobre o projeto do governo Lula de abrir o capital da Infraero.

Contraponto

Denominação

Em maio do ano passado, a deputada Maria Lucia Amary (PSDB) foi a Ribeirão Grande, no sudoeste do Estado de São Paulo, participar de evento alusivo ao aniversário da cidade. Sem conhecer o local, orientou o motorista a encostar o carro a fim de pedir informações a um senhor que passava na rua. Depois de explicar detalhadamente o caminho à deputada, o homem perguntou:
-De quem é esse carro?
-É da Assembléia-, respondeu Maria Lucia.
Admirando o veículo oficial, ele comentou:
-Igreja rica essa, hein!


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