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MATO GROSSO
Candidato do PPS afirma que seu pai foi obrigado a pagar a funcionário do governo tucano para receber por obra
Procuradoria recebe papéis sobre suposta propina paga em 97
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE
O candidato a governador de
Mato Grosso Blairo Maggi (PPS)
enviou anteontem ao Ministério
Público Estadual documentos
que apontariam o pagamento de
uma propina de cerca de R$ 1,5
milhão. O valor teria sido pago
pelo seu pai a um funcionário do
governo do Estado, em 97, durante a administração de Dante de
Oliveira (PSDB), hoje candidato a
ao Senado e seu adversário.
Segundo Maggi, o seu pai, André Maggi, morto em 2001, construiu a MT-235, de cerca de 220
km de extensão, com a condição
de que o governo estadual pagaria
após a conclusão da obra.
Para receber, teria sido obrigado a pagar pouco mais de R$ 1,5
milhão, o correspondente a cerca
de 60% do valor da obra, que liga
Campos de Júlio e Comodoro.
Os papéis encaminhados são 17
cópias de cheques, supostamente
usados para o pagamento. Maggi
disse não saber a quem o pai teria
entregue a quantia.
O caso tornou-se público no último dia 11 de agosto, durante o
debate entre os candidatos a governador organizado pela TV
Bandeirantes. Durante uma discussão com o candidato Antero
Paes de Barros (PSDB), apoiado
por Dante, Maggi denunciou o
suposto pagamento de propina.
Questionado por que só fez a
denúncia cinco anos depois, Maggi disse: "Só soube há pouco tempo, depois que meu pai faleceu, e
eu também não tinha motivo nenhum para mexer. Agora fizeram
uma afirmação inverídica contra
mim e rebati dizendo que, se tivesse alguém que tinha de reclamar, seria eu".
Dias depois, a Procuradoria Geral do Estado e os advogados particulares de Dante entraram com
uma representação pedindo que o
Ministério Público Estadual investigasse a denúncia.
Com a abertura de um procedimento de investigação, a Promotoria deu um prazo de dez dias para que Maggi entregasse papéis
que comprovem o pagamento.
Pesquisas apontam Blairo Maggi em segundo, atrás de Antero.
Aos 46, ele é tido como o maior
sojicultor individual do mundo.
Em média, o candidato movimenta anualmente aproximadamente US$ 500 milhões. Ele está
em segundo lugar nas pesquisas
de intenção de voto.
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