São Paulo, quarta-feira, 28 de agosto de 2002

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MATO GROSSO

Candidato do PPS afirma que seu pai foi obrigado a pagar a funcionário do governo tucano para receber por obra

Procuradoria recebe papéis sobre suposta propina paga em 97

DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE

O candidato a governador de Mato Grosso Blairo Maggi (PPS) enviou anteontem ao Ministério Público Estadual documentos que apontariam o pagamento de uma propina de cerca de R$ 1,5 milhão. O valor teria sido pago pelo seu pai a um funcionário do governo do Estado, em 97, durante a administração de Dante de Oliveira (PSDB), hoje candidato a ao Senado e seu adversário.
Segundo Maggi, o seu pai, André Maggi, morto em 2001, construiu a MT-235, de cerca de 220 km de extensão, com a condição de que o governo estadual pagaria após a conclusão da obra.
Para receber, teria sido obrigado a pagar pouco mais de R$ 1,5 milhão, o correspondente a cerca de 60% do valor da obra, que liga Campos de Júlio e Comodoro.
Os papéis encaminhados são 17 cópias de cheques, supostamente usados para o pagamento. Maggi disse não saber a quem o pai teria entregue a quantia.
O caso tornou-se público no último dia 11 de agosto, durante o debate entre os candidatos a governador organizado pela TV Bandeirantes. Durante uma discussão com o candidato Antero Paes de Barros (PSDB), apoiado por Dante, Maggi denunciou o suposto pagamento de propina.
Questionado por que só fez a denúncia cinco anos depois, Maggi disse: "Só soube há pouco tempo, depois que meu pai faleceu, e eu também não tinha motivo nenhum para mexer. Agora fizeram uma afirmação inverídica contra mim e rebati dizendo que, se tivesse alguém que tinha de reclamar, seria eu".
Dias depois, a Procuradoria Geral do Estado e os advogados particulares de Dante entraram com uma representação pedindo que o Ministério Público Estadual investigasse a denúncia.
Com a abertura de um procedimento de investigação, a Promotoria deu um prazo de dez dias para que Maggi entregasse papéis que comprovem o pagamento.
Pesquisas apontam Blairo Maggi em segundo, atrás de Antero. Aos 46, ele é tido como o maior sojicultor individual do mundo. Em média, o candidato movimenta anualmente aproximadamente US$ 500 milhões. Ele está em segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto.



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