São Paulo, quarta-feira, 28 de agosto de 2002

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ANÁLISE

Depois do PL e de Quércia, PT vai à oligarquia

FERNANDO DE BARROS E SILVA
EDITOR DE BRASIL

O aliancismo eleitoral de Luiz Inácio Lula da Silva chegou, enfim, ao alpendre da oligarquia maranhense.
Depois de trazer para junto de si o senador-empresário José Alencar e, com ele, o PL e seus evangélicos; depois de selar uma aliança branca com o quercismo em São Paulo, o PT acaba de dar um passo além ao obter o apoio formal do ex-presidente José Sarney, cuja trajetória na política é um resumo vivo do patrimonialismo oligárquico contra o qual o PT se bateu ao longo de suas duas curtas décadas de vida.
O petismo de resultados, ao qual a cúpula do partido se rendeu e pelo qual quase tudo parece justificável diante da elevada tarefa de eleger Lula, atinge com esse gesto simbólico protagonizado em Brasília um grau inédito em termos de concessão e confusão política.
O espírito afável dessas duas lideranças brasileiras -Lula e Sarney- de certa forma obnubila o abismo que há -ou havia- entre o que um e outro representam no espectro político da história recente do país. Lula descobriu-se, enfim, como "homem cordial", coisa que Sarney o é, e com muito mais razão, há tempos.


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