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ANÁLISE
Depois do PL e de Quércia, PT vai à oligarquia
FERNANDO DE BARROS E SILVA
EDITOR DE BRASIL
O aliancismo eleitoral de
Luiz Inácio Lula da Silva
chegou, enfim, ao alpendre
da oligarquia maranhense.
Depois de trazer para junto de si o senador-empresário José Alencar e, com ele, o
PL e seus evangélicos; depois
de selar uma aliança branca
com o quercismo em São
Paulo, o PT acaba de dar um
passo além ao obter o apoio
formal do ex-presidente José
Sarney, cuja trajetória na política é um resumo vivo do
patrimonialismo oligárquico contra o qual o PT se bateu ao longo de suas duas
curtas décadas de vida.
O petismo de resultados,
ao qual a cúpula do partido
se rendeu e pelo qual quase
tudo parece justificável
diante da elevada tarefa de
eleger Lula, atinge com esse
gesto simbólico protagonizado em Brasília um grau
inédito em termos de concessão e confusão política.
O espírito afável dessas
duas lideranças brasileiras
-Lula e Sarney- de certa
forma obnubila o abismo
que há -ou havia- entre o
que um e outro representam
no espectro político da história recente do país. Lula
descobriu-se, enfim, como
"homem cordial", coisa que
Sarney o é, e com muito
mais razão, há tempos.
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