São Paulo, segunda-feira, 28 de agosto de 2006

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ELEIÇÕES 2006/PRESIDÊNCIA

Alckmin menciona crise da Volks e ataca presidente

Situação da montadora, que ameaça fechar fábrica, é citada por tucano em São Bernardo

José Serra, que também foi ao município do ABC, disse que Brasil assiste ao maior desemprego dos últimos anos e governo cruza braços

LAURA CAPRIGLIONE
DA REPORTAGEM LOCAL

A ameaça feita na semana passada pela direção da Volkswagen do Brasil, de fechamento da sua fábrica em São Bernardo do Campo, responsável por 12.400 empregos diretos, foi o principal mote do comício do candidato à presidência pelo PSDB, Geraldo Alckmin, ontem no município da Grande São Paulo.
"Aquele que prometeu 10 milhões de empregos não trabalha para gerar empregos. Ele [Lula] abandonou a agenda do emprego", disse Alckmin.
O candidato discursou para cerca de 2.500 pessoas, segundo cálculos da Polícia Militar, que se reuniram a partir das 11h30 em uma praça da cidade. Alckmin estava acompanhado pelo candidato tucano ao governo paulista, José Serra.
Alckmin chamou São Bernardo de "capital do emprego", aludindo ao passado industrial da cidade, berço da indústria automobilística nacional a partir dos anos 50, quando começou a abrigar as principais montadoras de veículos.
Foi em São Bernardo também que o Partido dos Trabalhadores nasceu (na década de 1980) e onde se iniciou a carreira política do ex-operário Luiz Inácio Lula da Silva, então diretor do Sindicato dos Metalúrgicos, hoje candidato à reeleição, e principal adversário de Alckmin na corrida presidencial.

"Partido triste"
Ladeado pelos prefeitos de São Bernardo (William Dib), São Caetano (José Auricchio Filho) e de Rio Grande da Serra (Adler Teixeira, o Kiko), que o apóiam, Alckmin provocou: "O que quer dizer PT? Um amigo meu dizia: PT é "Partido Triste". O povo está triste com o Brasil, com o governo brasileiro. Triste com os escândalos. Ontem, mais um ministro foi indiciado pela polícia. Mais um caso de desvio de dinheiro público."
O tucano referia-se ao indiciamento do ex-ministro do governo Lula, Humberto Costa, candidato petista ao governo de Pernambuco, suspeito de envolvimento com fraudes em licitações para a compra de medicamentos pela Saúde.
Segundo Alckmin, a culpa pelo possível fechamento da fábrica da Volkswagen é dos "impostos, que não param de crescer, dos juros, que são os mais altos do mundo, e do câmbio sobrevalorizado". "Não há empresa que consiga competir com um câmbio quase 30% sobrevalorizado", disse.
O candidato ao governo paulista, José Serra, foi no mesmo tom: "O que nós estamos assistindo hoje é o maior desemprego dos últimos anos. Aqui nesta região, até a Volkswagen corre o risco de fechar e o governo federal cruza os braços."
Alckmin foi aplaudido quando citou uma de suas principais conquistas no governo paulista a "queda da criminalidade", particularmente o número de homicídios: "Eram 16 por mês, agora foram quatro."


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