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Advogado de Dirceu se diz surpreendido
"Confiava que denúncia fosse rejeitada", diz defensor de ex-ministro; defesa de Jefferson contesta lavagem de dinheiro
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM LONDRINA
Após o Supremo Tribunal
Federal acatar denúncias contra acusados pela Procuradoria
Geral da República, advogados
dos envolvidos no caso do mensalão criticaram a decisão.
José Luiz Oliveira Lima, advogado de José Dirceu, disse
que "a aceitação da denúncia
surpreendeu". "Tinha confiança que a denúncia fosse rejeitada". Para ele, o caso se baseou
no depoimento de Roberto Jefferson. "No meu entender não
há nenhum fato, nenhuma circunstância que de respaldo ao
recebimento de uma inicial."
Luiz Francisco Corrêa Barbosa, que defende Jefferson,
disse que tentará mostrar que
seu cliente não é servidor público. "Não entendemos que ele
é servidor público nem qual o
ato de ofício que ele teria praticado ou deixado de praticar como tal." Segundo Barbosa, Jefferson não poderia ser processado por lavagem de dinheiro.
O advogado do deputado e
ex-presidente do PT José Genoino, Luiz Fernando Pacheco,
afirmou: "A gente respeita a decisão e lamenta. Agora vamos
ter todo o tempo para comprovar que esses fatos não se deram como postos pelo procurador-geral da Republica".
Délio Lins e Silva, advogado
de Jacinto Lamas e de Antônio
Lamas, disse ter visto com certa "surpresa" e "exagero" a
abertura de processo penal
contra seus clientes. Para o advogado, a decisão do STF foi
"fora de propósito". "No caso
de Antônio, então, é exageradíssimo. Ele foi apenas uma vez
a um banco para cumprir ordens", disse. "Eles são apenas
funcionários, e é muito estranho pensar em quadrilha. Quadrilha de dois não existe."
Segundo o advogado do deputado Pedro Henry (PP-MT),
José Antônio Duarte, a linha de
defesa a ser adotada será a mesma que já livrou o parlamentar
da cassação do mandato no
Conselho de Ética da Câmara.
"Conseguiremos provar a ausência total de provas contra
meu cliente", disse. "Tinha esperanças de que as denúncias
contra o deputado fossem rejeitadas. Mas, neste julgamento, o menor indício, o menor sinal de fumaça, foi suficiente para a abertura do processo".
Marcelo Leal, advogado do
ex-presidente do PP Pedro
Corrêa e do ex-deputado José
Janene (PP-PR), não quis comentar. José Janene disse encarar com "naturalidade" a
aceitação das denúncias.
Arnaldo Malheiros Filho, advogado de Delúbio Soares, também não quis comentar a aceitação da denúncia. A Folha não conseguiu falar com os advogados dos demais réus.
O Supremo acatou denúncia
contra o deputado João Paulo
Cunha (PT-SP) na sexta-feira.
Ontem, em nota publicada no
site do PT, João Paulo afirmou:
"Uma leitura imparcial e isenta
da minha defesa comprova a
inépcia das acusações".
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