São Paulo, quinta-feira, 28 de agosto de 2008

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Alckmin, o visitador

É na zona leste de São Paulo, onde Lula fará sábado sua primeira aparição ao lado de Marta Suplicy, que Geraldo Alckmin concentrará esforços nos próximos dias. No fim de semana, buscará compensar o efeito dos "visitadores" contratados pelas campanhas da petista e de Gilberto Kassab (DEM) batendo ele mesmo à porta de moradores da região, a mais populosa da cidade e aquela em que o tucano tem seu pior desempenho nas pesquisas. Alckmin levará material de propaganda e tentará arrebanhar um time de "visitadores voluntários" -enquanto a coordenação da campanha trabalha para melhorar o fluxo de caixa e contratar também "profissionais", como os adversários.



Linha vermelha. É também na zona leste que está mais acirrado o confronto entre tucanos alckmistas e kassabistas. Manifesto assinado por Avelázio Jacobina, dirigente do PSDB de Cidade Tiradentes, chama o secretário municipal Walter Feldman de "vira-casaca" e "avisa" ao governador José Serra que "a vingança será maligna".

Arca de Noé. Desabafo de um vereador tucano em campanha: "A gente sai pra caminhar com o Geraldo e estão lá o Ovelha, a Lacraia e o Sergio Mallandro". Todos candidatos do PTB a vaga na Câmara.

Parceria. Depois de andar ao lado de Ciro Gomes (PSB) em BH, Aécio Neves (PSDB) vai a Fortaleza fazer campanha com Patrícia Saboya (PDT), ex do deputado.

Pop. Quem vê os programas de Micarla de Sousa em Natal não entende de onde os adversários tiravam a esperança de alavancar a petista Fátima Bezerra a partir do horário eleitoral. Mesmo com menos tempo, a candidata do PV dá um banho na adversária.

Nota de corte. A proposta de reforma política do governo fixa nova cláusula de barreira. Poderiam manter acesso à TV e ao fundo partidário as siglas com mais de dez deputados federais eleitos.

Companheiros. Paulo Okamoto e Delúbio Soares, ex-tesoureiros do PT e de campanhas de Lula, almoçaram juntos ontem no Retiro do Pescador, em Brasília.

DDD. As atendentes contratadas pelo Supremo para cadastrar, com computador e webcam, o público que foi assistir ao julgamento da reserva Raposa/Serra do Sol se desesperaram com os índios. "Mas eu preciso de um telefone de contato!", insistiam.

Liberou geral. Depois de muita confusão, as recepcionistas desistiram, e quem estava de cocar na cabeça pôde entrar sem credenciamento. Os agricultores também foram dispensados do paletó.

Sem legendas. Em lados opostos quanto à demarcação da reserva, índios e agricultores tinham ontem algo em comum: ninguém parecia entender palavra do longo voto do ministro Carlos Ayres Britto. "Estou morrendo de sono", confessou um agricultor ao vizinho no plenário.

Antropologia. Diante da descrição de Britto, segundo quem os índios são naturalmente éticos, estão a salvo do consumismo desenfreado e não competem entre si, alguém observou na platéia: "Será que ele nunca ouviu falar nos cinta-larga?".

Sem clima. Joaquim Barbosa fez ontem sua primeira aparição no plenário do STF desde o desentendimento recente com o colega Eros Grau. Adoentado, retirou-se para o gabinete ainda na fase das sustentações orais. O ministro tem comparecido normalmente às sessões do TSE.

Reação. Juristas e entidades lideradas por Fábio Konder Comparato, Dalmo Dallari e Hélio Bicudo lançam, na Faculdade de Direito da USP, manifesto defendendo que tortura não é crime político e que, portanto, não cabe prescrição.

com VERA MAGALHÃES e SILVIO NAVARRO

Tiroteio

"Isso é oportunismo eleitoreiro de um político decadente. Se existe um governo que prestigia a Petrobras, é o de Lula."

Do deputado CHICO D'ANGELO (PT-RJ), em resposta ao presidente do PPS, Roberto Freire, que anunciou a campanha "Lula, não toque na Petrobras", contra a idéia de o governo criar nova estatal para o pré-sal.

Contraponto

Questão de prefixo

De volta ao PT, o ex-prefeito de São Bernardo do Campo Maurício Soares participava de evento da campanha de Luiz Marinho no bairro de Jordanópolis quando foi chamado ao microfone. Empolgado, saudou sindicalistas e metalúrgicos até que avistou o advogado Expedito Soares.
-Ali está Expedito, ex-deputado estadual!-, anunciou.
Um assessor cochichou algo em seu ouvido.
-Que também foi deputado federal-, emendou.
Depois de novo alerta, mais um adendo:
-É bom dizer que ele é ex-presidente do sindicato...
Maurício resolveu então resumir:
-Enfim, é Expedito Soares, "ex" até no nome!


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