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Palocci acerta candidatura ao governo de SP
Ex-ministro faz acordo com presidente Lula a fim de tentar limpar o nome numa eleição majoritária e recuperar prestígio político
Por ora, porém, deputado
não deverá assumir essa
postulação, apesar de, no PT
paulista, a cúpula apoiar
esse projeto
KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
PEDRO DIAS LEITE
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL
O ex-ministro da Fazenda
Antonio Palocci Filho deverá
ser o candidato do PT ao governo de São Paulo em 2010. Ele
fez esse acerto com o presidente Lula a fim de tentar "limpar o
nome" numa eleição majoritária para voltar a ser uma estrela
de primeira grandeza.
Mesmo livre judicialmente
da acusação de quebra do sigilo
do caseiro Francenildo Costa,
Palocci não é visto por Lula como uma alternativa no jogo
presidencial. Lula acha que, politicamente, ele ainda precisa
responder aos eleitores.
Ou seja, precisa passar por
uma eleição majoritária, na
qual usaria o programa de TV
para apresentar seus argumentos e amenizar a imagem de poderoso que prejudicou um homem simples como o caseiro.
O presidente acha que Palocci deve dar explicações aos eleitores para recuperar prestígio
político, pois já conta com o
apoio de boa parte da classe
empresarial.
Mais um motivo para a opção
São Paulo: Lula está fechado
com a potencial candidatura
presidencial da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, e não
pensa em plano B.
Lula e Palocci sabem que será difícil vencer a eleição paulista -o favoritismo é do PSDB,
que comanda o Estado desde
1995. Na hipótese de derrota de
Palocci e de vitória de Dilma,
Lula o indicaria para ocupar a
Casa Civil no futuro governo
petista.
Caso percam Dilma e Palocci,
ele poderia se dedicar a consultorias econômicas e a fazer política no PT. Lula disse que uma
candidatura a deputado federal
o carimbaria como político
com teto.
A decisão do Supremo Tribunal Federal e a sinalização do
deputado federal Ciro Gomes
(PSB-CE) de que não pretende
concorrer ao governo paulista
abrem o caminho para Palocci
disputar o Bandeirantes.
Por ora, porém, o ex-ministro não deverá assumir essa
postulação, apesar de, no PT
paulista, toda a cúpula apoiar
esse projeto. Qualquer decisão
eleitoral só deverá ser anunciada no ano que vem.
A estratégia de Palocci está
articulada com o PT paulista,
que deve aprovar neste final de
semana o calendário eleitoral
para os próximos meses e jogar
a decisão oficial sobre a candidatura para fevereiro ou março.
Até lá, o partido deve fazer
uma nova rodada das suas caravanas, eventos que rodaram o
Estado discutindo problemas
de cada região e criticando o governo de José Serra (PSDB).
A intenção das lideranças petistas é "estimular" a participação de seus possíveis candidatos, como o prefeito de Osasco,
Emidio de Souza, e de nomes
mais fortes eleitoralmente, como Marta Suplicy e Palocci.
Na esteira da absolvição, o
PT paulista vai iniciar uma consulta direta a seus pré-candidatos ao governo em 2010. O partido também pretende fazer
uma pesquisa qualitativa para
saber se a população atrela o
episódio da quebra do sigilo do
caseiro à imagem de Palocci.
Palocci avalia que terá poucas chances de vitória se o
PSDB marchar unido em torno
da candidatura do ex-governador Geraldo Alckmin, líder disparado na mais recente pesquisa Datafolha, ou se Serra concorrer à reeleição.
Em contrapartida, se o adversário tucano for o secretário
da Casa Civil paulista, Aloysio
Nunes Ferreira, Palocci acredita que pode ter chances.
O desejo de Palocci, segundo
seus interlocutores, neste momento seria voltar à Esplanada
dos Ministérios, onde esteve à
frente da Fazenda até 2006.
Sua volta, no entanto, só deve
ocorrer se for para a Casa Civil,
no lugar da provável candidata
petista à Presidência, Dilma
Rousseff, ou na própria Fazenda -hipótese improvável. Um
possível chamado para a articulação política, no lugar de José
Múcio (PTB), seria recusado,
pelas complicações do cargo,
dizem aliados do deputado.
O presidente também não
deseja reconduzir Palocci ao
seu primeiro escalão. Lula o ouve quase semanalmente sobre
economia e outros assuntos.
Acha-o um quadro técnico e
político de primeira. Uma
eventual ida para o ministério
teria fôlego curto, pois em abril
ele precisaria sair do cargo para
concorrer em 2010.
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