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Oposição veta reajuste de programa em 2010
FÁBIO ZANINI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
De autoria conjunta de dois
senadores da oposição, o parecer sobre a nova lei eleitoral
apresentado anteontem proíbe
o governo federal de "reajustar,
corrigir ou ampliar" programas
sociais em ano de eleição.
Caso aprovado, isso significa
que o presidente Luiz Inácio
Lula da Silva não poderá ampliar valores ou metas do Bolsa
Família. O mesmo vale para governadores e prefeitos.
O parecer é de autoria dos senadores Eduardo Azeredo
(PSDB-MG) e Marco Maciel
(DEM-PE), relatores, respectivamente, nas comissões de
Ciência e Tecnologia e Constituição e Justiça. A votação nas
comissões ficou para terça-feira, e o texto ainda terá que seguir para o plenário do Senado.
Azeredo e Maciel acataram
emenda do líder do PSDB no
Senado, Arthur Virgílio (AM),
que modifica o artigo 73 da lei
9.504/97, a atual lei eleitoral.
Atualmente, a lei veda a criação
de programas em ano eleitoral,
mas o governo tem conseguido
driblar essa proibição argumentando que apenas dá nova
roupagem a ações já existentes.
Foi assim em 2008, com a
ampliação da faixa etária dos
beneficiados do Bolsa Família
(para 16 anos) e a criação do
Territórios de Cidadania, que o
governo alegou ser só a junção
de programas existentes.
O projeto sofreu outras mudanças. O texto agora acaba
com a possibilidade de candidatos que chegarem em segundo lugar numa eleição majoritária assumirem o governo com
a cassação do titular.
Foi isso o que aconteceu recentemente com os ex- governadores Cássio Cunha Lima
(PSDB-PB) e Jackson Lago
(PDT-MA), substituídos respectivamente por José Maranhão (PMDB) e Roseana Sarney (PMDB). Se o projeto for
aprovado, haverá eleições no
prazo de 90 dias em caso de
cassação de mandatos.
Além disso, a propaganda
eleitoral paga na internet fica
permitida, desde que em sites
noticiosos. Doações eleitorais
poderão ser feitas também por
telefone, e acaba o veto a doações de entidades esportivas.
Foram derrubados a criação
do voto impresso em 2% das
urnas, para controlar a eficácia
das urnas, e o voto em trânsito
para presidente.
Ficou mantida a liberação de
campanha na internet, apesar
de submetida às regras impostas a rádios e TVs, que são concessões públicas. Também está
preservada a possibilidade de
eventos de "pré-campanha".
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