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TCU questiona custo de obra da Petrobras
Tribunal aponta superfaturamento em pagamentos a consórcio que faz terraplanagem de complexo petroquímico no Rio
Em junho, apesar de apenas 26,8% do trabalho ter sido executado, o orçamento para verba paga por dias parados estourou em 116%
DA SUCURSAL DO RIO
Auditoria do TCU (Tribunal
de Contas da União) sobre o
contrato da Petrobras com o
consórcio CTC (Andrade Gutierrez, Norberto Odebrecht e
Queiroz Galvão) para a terraplenagem do Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de
Janeiro) afirma que, em junho,
apesar de apenas 26,8% do trabalho ter sido executado, o orçamento para o pagamento de
verba indenizatória às empresas por dias parados devido às
chuvas já havia estourado em
116% (R$ 151,4 milhões).
A estatal pagou 40,8% (R$
339 milhões) do contrato de R$
820 milhões, que oficialmente
expirou em 28 de julho.
O Comperj, sediado em Itaboraí (45 km do Rio), é o maior
investimento privado do país,
estimado em R$ 16 bilhões. A
previsão é que, até 2012, quando deve entrar em operação,
gere 200 mil empregos.
A análise dos técnicos do tribunal faz comparações entre os
valores contratados pela Petrobras e as referências vigentes
no Sicro (Sistema de Custos
Rodoviários) adotado pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes.
Alguns exemplos, para o pagamento, por hora, pela verba
indenizatória do contrato Petrobras-CTC e de acordo com
Sicro, respectivamente: 1) trator de esteiras D8: R$ 438,41 e
R$ 14,94 (diferença de 2.834%);
2) escavadeira hidráulica CAT
330: R$ 305,40 e R$ 15,79 (diferença de 1.834%); 3) caminhão
basculante 12 m3: R$ 160,82 e
R$ 13,66 (diferença de 1.077%).
Em outra tabela, os técnicos
no TCU comparam o "custo
improdutivo" dos equipamentos no contrato entre Petrobras e o CTC e o "custo operativo" (ou seja, em plena operação) do Sicro. O valor pago pela
estatal também é mais alto.
Os valores, ainda que persista o desequilíbrio com o Sicro,
já têm embutida redução de
37% no valor da indenização.
O corte ocorreu depois de
uma fiscalização do TCU, iniciada no ano passado, na qual
foi apontado "um superfaturamento" da verba indenizatória.
O processo tem como relator
o ministro Augusto Nardes.
Sua assessoria informou que
ele não falaria sobre o caso porque a ação está sob sigilo.
Segundo a Folha apurou,
técnicos da Petrobras se reuniram com os do TCU, em Brasília, para explicar que a metodologia da estatal para calcular o
valor da verba indenizatória é
diferente daquela usada pelo
Sicro, daí a disparidade.
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