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JUDICIÁRIO
Irritados com advogados, funcionalismo diz que "reagirá no balcão"
Greve pára, mas servidores vão fazer "operação padrão"
DA REDAÇÃO
Após votarem pela suspensão
da greve, os servidores do Judiciário paulista realizaram uma outra
votação. Por unanimidade, a assembléia estadual decidiu que os
funcionários realizarão uma
"operação padrão" nos fóruns de
todo o Estado.
"Fomos achincalhados pelos
advogados hoje de manhã [no ato
da OAB]. Vamos dar a resposta
no balcão", bradou um servidor
após a votação da assembléia. Os
presentes repetiram em coro as
palavras de ordem: "Ão, ão, ão,
resposta no balcão".
A assembléia votou a realização
de uma operação padrão a partir
de hoje. Os servidores disseram
que vão retirar dos cartórios tudo
o que for deles, como cadeiras,
mesas e computadores. Também
afirmaram que vão dificultar ao
máximo a vida dos advogados.
Sem ajuda
"Isso significa que não faremos
mais sentenças para os juízes, que
não ajudaremos os advogados
com nossos códigos, que só daremos as informações obrigatórias", disse José Gozze, presidente
da Assetj (Associação dos Servidores do Tribunal de Justiça de
São Paulo).
Os servidores afirmaram que
deixarão de ajudar os advogados
"quando eles precisarem que uma
certidão seja emitida com mais
velocidade do que o normal ou
qualquer outra ajuda".
Também afirmaram que, a partir de hoje, "sem procuração e
sem guias devidamente assinadas
e pagas, eles [advogados] não poderão mexer nos processos".
Embora a maioria das atitudes
da "Operação Padrão" seja apenas o exato cumprimento da práxis forense, na prática ela vai representar uma dificuldade extra
para os advogados -sobretudo
para os que tem estagiários sem
carteira da OAB.
"A direção do TJ não tem sensibilidade suficiente para saber o
que acontece no Poder Judiciário.
Criou-se um fosso entre os servidores, os juízes e a direção do tribunal", disse Gozze.
Punições
O presidente do TJ, Luiz Elias
Tâmbara, disse que, se os servidores atuarem para dificultar a vida
dos advogados, cada juiz-corregedor poderá abrir processos administrativos contra eles. "Eles
são funcionários públicos e precisam cumprir sua função", disse.
"Eles deveriam tratar os jurisdiconados com cordialidade."
Tâmbara afirmou que, desde a
última gestão, "já estava proibida
a entrada nos cartórios de qualquer patrimônio que não seja do
tribunal".
(UIRÁ MACHADO)
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