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ELEIÇÕES 2006 / CRISE DO DOSSIÊ
Justiça quebra sigilos dos petistas acusados
PF quer obter telefonemas de Gedimar Passos e Valdebran Padilha aos 4 petistas que teriam arquitetado a operação
A quebra dos sigilos foi requisitada na segunda e poderá revelar se houve movimentações atípicas nas contas dos seis acusados
ENVIADOS ESPECIAIS A CUIABÁ
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CUIABÁ
A Justiça Federal autorizou
anteontem a quebra dos sigilos
telefônico e bancário dos seis
petistas considerados envolvidos com a compra do dossiê
contra o candidato tucano ao
governo paulista, José Serra.
A partir dos telefonemas trocados entre os dois encarregados diretos de fechar o negócio,
Gedimar Passos e Valdebran
Padilha, com os quatro que teriam arquitetado a operação
-Jorge Lorenzetti, Oswaldo
Bargas, Expedito Veloso e
Freud Godoy-, a Polícia Federal espera reunir mais elementos para confirmar a participação de todos no caso.
A quebra dos sigilos foi requisitada pela PF na segunda-feira. Os policiais encarregados da
investigação esperam também
encontrar movimentações financeiras atípicas nas contas
de pelo menos alguns dos envolvidos na compra do dossiê.
Valdebran e Gedimar foram
presos na madrugada do dia 15
com R$ 1,168 milhão e US$
248,8 mil. O primeiro, apesar
de ser ligado ao PT de Mato
Grosso, representava o empresário Luiz Antonio Vedoin,
chefe da máfia das ambulâncias
e autor do dossiê. Gedimar foi
designado para levar o dinheiro
que chegou a ser repassado, em
parte, a Valdebran.
Em depoimento logo após ter
sido detido pela Polícia Federal
em São Paulo, Gedimar disse
que o pagamento do dossiê havia sido ordenado por uma
"pessoa chamada Froude ou
Freud". Freud Godoy era assessor especial da Presidência até
o estouro do escândalo, mas nega envolvimento no caso.
Gedimar estava subordinado
a Jorge Lorenzetti, ex-coordenador da área de inteligência da
campanha do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva.
Valdebran disse à PF que
conversou por telefone com
Lorenzetti sobre dinheiro na
sexta-feira em que foi preso.
Lorenzetti, no entanto, negou que tenha autorizado uma
operação financeira para a
aquisição dos documentos.
Na semana passada, a revista
"Época" divulgou comunicado
pelo qual afirmou ter sido procurada por Lorenzetti e por Oswaldo Bargas com a oferta do
dossiê. Segundo a revista, os
dois afirmaram que o dossiê teria "farta documentação" incriminando José Serra.
Acompanhado de Expedito,
Bargas foi a Cuiabá tratar do
dossiê diretamente com Vedoin no dia em que a venda do
material foi fechada (dia 14).
Segundo escutas realizadas pela Polícia Federal, ele chegou a
receber do chefe da máfia das
ambulâncias um DVD com
imagens de José Serra.
(LEONARDO SOUZA, FÁBIO VICTOR E HUDSON CORRÊA)
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