RICARDO BRANDT
DA REPORTAGEM LOCAL

O candidato a prefeito de São Paulo José Serra (PSDB) acusou ontem jornalistas que o acompanham na campanha de serem "compreensivos com a questão do PT", ao defender o conteúdo do jornal publicado pelo PSDB com recortes de jornais com reportagens sobre problemas do governo municipal.
Irritado, Serra acusou ainda os repórteres de "equipararem" coisas diferentes, em referência ao impresso tucano e ao impresso produzido pelo PT de forma apócrifa que imita o formato gráfico do jornal "Agora", do grupo Folha da Manhã.
"Vocês estão equiparando coisas que não podem ser equiparadas. Tanto que a Justiça apreendeu [o jornal do PT]", disse Serra.
Os jornais que começaram a circular anteontem na cidade têm conteúdo e forma distintos, mas têm em comum a linha ofensiva contra o adversário.
No caso do PT, o partido publicou um impresso que é um plágio do jornal "Agora", com textos que atacam Serra e o PSDB e que elogiam a prefeita Marta Suplicy (PT). A Justiça determinou a apreensão dos jornais.

Impresso
O impresso produzido pelo PSDB traz recortes de manchetes de jornais com problemas do governo municipal e três frases destacadas com ataques à prefeita.
"São mentiras sob a guarda da credibilidade de um jornal. Muito diferente de críticas que se fazer em campanha. O PSDB juntou notícias de jornal a respeito da prefeitura. Isso é uma coisa que faz parte do debate de campanha. Outra coisa é procurar iludir o eleitor imitando um jornal", afirmou Serra em entrevista na Rádio Capital, pela manhã.
Questionado pelos jornalistas se a linha ofensiva não tinha o mesmo objetivo, o de desestabilizar a campanha adversária, Serra respondeu: "Não. Nós não imitamos nenhum jornal, nem há afirmações gratuitas (...)".
A discussão com jornalistas começou quando ele foi questionado se não havia contradição entre seu discurso de que o PSDB faz uma "campanha limpa e sem ataques" e a publicação do jornal, intitulado "São Paulo Urgente" -que teve 500 mil cópias.


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