São Paulo, quarta-feira, 28 de outubro de 2009

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Censo do Senado não acha 503 servidores e suspende salários

Funcionários da Casa não responderam a questionário de recadastramento criado para identificar possíveis fantasmas

Eles terão cinco dias para regularizar seus cadastros ou passarão a responder a processo administrativo e estarão sujeitos a demissão


DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Senado decidiu bloquear os salários de 503 servidores da Casa que não responderam a um censo que busca identificar se há funcionários fantasmas.
O prazo terminou à meia-noite de anteontem, mas esses servidores não responderam a todo o questionário ou nem sequer acessaram o sistema. Para o primeiro-secretário do Senado, Heráclito Fortes (DEM-PI), esses funcionário podem até "não ser fantasmas, mas estão fantasmas".
Inicialmente ele iria cortar os salários de apenas 88 servidores que não acessaram o sistema, mas no início da noite mudou de ideia e ampliou a medida para aqueles que não concluíram suas respostas. Os funcionários terão cinco dias para regularizarem seus cadastros. Se não fizerem isso passarão a responder a um processo administrativo e estarão sujeitos a demissão.
Ele justificou que essa é uma forma de forçar os servidores a responderem ao censo. O diretor do Senado, Haroldo Tajra, disse que é possível bloquear pagamentos em caráter cautelar. Na semana passada, a diretora de Recursos Humanos do Senado, Doris Marise, havia afirmado que a lei nº 8.112 impede esse tipo de medida.
Técnicos da Diretoria-Geral e da Diretoria de Recursos Humanos se reuniram ontem para avaliar a legalidade de suspender os salários. O primeiro-secretário, Heráclito Fortes (DEM-PI), disse que assume a responsabilidade e que a Casa tem autonomia para cortar o pagamento daqueles servidores que não aparecem para trabalhar.
O bloqueio passa a valer a partir da publicação do boletim administrativo com a decisão, o que deve ocorrer hoje.
Segundo o primeiro-secretário, foram identificados casos atípicos incluídos entre os fantasmas, como o de um servidor que tomou posse na semana passada e já consta na lista. O alvo do censo são servidores comissionados e efetivos que somam 6.200 pessoas. Terceirizados não foram ouvidos.

Colaborou MÁRCIO FALCÃO, da Folha Online, em Brasília



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