ARI CIPOLA
da Agência Folha, em Maceió

O governador de Alagoas, Ronaldo Lessa (PSB), deu um ultimato ao PT, que vem fazendo críticas a sua administração. Os dois partidos são aliados no Estado, e a crise alagoana é um entrave à união em nível nacional.
Lessa queixou-se ontem com o presidente nacional do PT, José Dirceu, que já havia sido alertado para o problema pelo presidente nacional do PSB, Miguel Arraes.
"Fica no governo quem não se envergonha dele. Se o PT não fizer uma autocrítica, que entregue os cargos", disse Lessa.
Em resposta, o secretário estadual da Agricultura, Mário Agra, marido da senadora Heloísa Helena (PT-AL), principal liderança petista de Alagoas, declarou que não dá mais para o partido continuar no governo.
"O PT rema para um lado e o governador vai para o outro. Meu cargo está à disposição", afirmou Agra, em alusão a aliança que Lessa fez com os deputados oposicionistas.
Lessa alega que fechou acordo com partidos ligados ao ex-presidente Fernando Collor, por exemplo, para "conseguir a governabilidade". "Mas dei tudo o que o PT pediu", disse.
Nos nove primeiros meses de governo, Lessa não tinha conseguido aprovar nenhum projeto na Assembléia Legislativa. Com o acordo, no qual cederá três secretarias de Estado aos oposicionistas, obteve maioria na Casa.
O deputado estadual e presidente regional do PT, Paulo Fernando dos Santos, o Paulão, afirmou que o partido decide no próximo dia 11 se continua ou não no governo.


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