São Paulo, Domingo, 28 de Novembro de 1999


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CRIME ORGANIZADO
Vítima denunciou "máfia"
Presos 2 suspeitos de matar prefeita

ROBERTO SAMORA
da Agência Folha, em Campo Grande


A polícia de Mato Grosso do Sul prendeu duas pessoas suspeitas de participação na morte da prefeita de Mundo Novo (MS), Dorcelina de Oliveira Folador (PT).
Os dois presos, um homem e uma mulher, estão em Campo Grande (MS). A delegada que preside o inquérito sobre o crime, Sidnéia Tobias, afirmou que não poderia dar detalhes sobre as detenções para não prejudicar as investigações. Ela acredita que o assassinato teve motivação política.
Segundo Sidnéia, a divulgação de nomes pode impedir que a polícia chegue aos mandantes.
Nota divulgada ontem pela Secretaria de Segurança Pública não esclarece qual o número de presos, quem são essas pessoas e quando elas foram detidas.
Essa é a primeira vez, desde 30 de outubro, dia do assassinato, que o governo de Mato Grosso do Sul declara oficialmente que prendeu alguém suspeito de envolvimento com o caso.
As prisões ocorreram em Mundo Novo (470 km de Campo Grande) e cidades da região, que faz fronteira com Paraguai e Paraná. Um delas teria ocorrido no Paraguai.
A polícia de Salto del Guairá (Paraguai), a cerca de 30 km de Mundo Novo, informou que prendeu há três dias o brasileiro Sérgio Mendes da Silva, que estaria ilegalmente no país. Ele foi entregue anteontem para os policiais brasileiros.
A delegada não confirmou que Silva seja um dos detidos por envolvimento na morte da prefeita.

Denúncias
Dorcelina foi assassinada às 23h de um sábado, com 6 tiros (1 na clavícula esquerda e 5 no lado esquerdo das costas), na varanda de sua casa. As balas partiram de uma pistola calibre 380.
O matador subiu em uma escada, apoiada no muro que divide a casa da petista e um terreno abandonado, e deu os tiros, sem ser reconhecido.
A prefeita ficou conhecida por denunciar o que chamava de "máfia da fronteira", que teria envolvimento com o tráfico de entorpecentes, roubo de carros e contrabando de armas.
A Secretaria de Segurança Pública do Mato Grosso do Sul informou que mais pessoas podem ser detidas. Vários mandados de prisões temporárias expedidos pela Justiça ainda não puderam ser efetuados.


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