São Paulo, terça-feira, 28 de novembro de 2006

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Painel

Renata Lo Prete - painel@uol.com.br

Cada um por si

Governo e oposição correm na tentativa de eliminar o excesso de candidatos e assim aumentar suas respectivas chances de fazer o novo ministro do Tribunal de Contas da União na sessão marcada para amanhã.
Um dos mais assediados é Osmar Serraglio (PMDB-PR), que tem diálogo com os dois lados. Pefelistas e governistas tentam convencê-lo a desistir da disputa, argumentando que o deputado foi reeleito. O PFL, que acredita nas chances de Aroldo Cedraz (BA), busca apoio em seu aliado tradicional. Os pefelistas querem que os tucanos retirem a candidatura de Gonzaga Motta (CE), derrotado nas urnas. Mas, procurado por lideranças do PSDB, Motta recusou-se a cooperar.

Elite branca. A idéia no Senado é deixar que a Câmara decida o novo salário dos parlamentares para depois apenas referendar o valor. Explicação ouvida na Casa para a relativa despreocupação com o tema: "Aqui são poucos os que vivem de salário".

Corpo a corpo. Renan Calheiros (PMDB-AL) aproveitou a reunião com o presidente do PDT, Carlos Lupi, para sondar se o partido estaria disposto a votar "em alguém do PMDB" na disputa pela presidência do Senado. Não que ele esteja em campanha.

Em casa. Empenhado em obter votos entre os dissidentes do PMDB, José Agripino (PFL-RN) deveria ficar mais atento ao parceiro PSDB. É pequena, entre os tucanos, a disposição para apoiar o PFL até o fim na disputa com Renan. Em almoço recente, a maioria da bancada se declarou contrária a fazer do Senado um campo de batalha.

Fui. Na véspera de fechar as contas da deficitária campanha de Alckmin, Miguel Reale Jr., presidente do comitê financeiro, estava "incomunicável" na Bahia. Deve voltar para assinar o documento.

Tiete. Maria do Rosário (RS) escapou da reunião do Diretório Nacional do PT, realizada em um hotel paulistano, para procurar os jogadores do Internacional, hospedados no local. A deputada conseguiu uma foto ao lado do atacante Fernandão para levar de presente a seus familiares, fanáticos pelo time gaúcho.

Engorda. A Executiva do PSB se reúne amanhã para preparar o encontro com Lula, que deve ocorrer quando o presidente voltar da África. No bolso, dirigentes levarão cálculo segundo o qual a sigla deve pular de 27 deputados eleitos para cerca de 40 até junho de 2007, dado estratégico na negociação de cargos.

Estrangeiro. Eduardo Paes consultou Aécio e Serra antes de aceitar a Secretaria de Esporte do Rio. Mas sua adesão a Sérgio Cabral não foi bem recebida pelos tucanos locais, para os quais o candidato derrotado ao governo se lançou em vôo solo, de olho na disputa pela prefeitura em 2008.

E a gente? Peemedebistas do Rio reclamam do caráter demasiado "ecumênico" do secretariado de Cabral, com a balança pendendo para o PT em detrimento do partido.

Celeiro. O PT do Paraná ofereceu apenas deputados eleitos para o novo secretariado de Roberto Requião. Para a Agricultura, sonho de consumo do partido, o indicado é o federal Assis Miguel Couto.

Bisturi. A Comissão de Assuntos Sociais do Senado deve votar amanhã, em caráter terminativo, projeto parado há várias legislaturas que regulamenta as profissões da área médica. Relatado por Lúcia Vânia (PSDB-GO), era considerado espinhoso por envolver interesses de 14 categorias, ou 2 milhões de pessoas.

Visita à Folha. Paulo Roberto de Godoy Pereira, presidente da Abdib (Associação Brasileira da Infra-Estrutura e Indústrias de Base), visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Ralph Lima Terra, vice-presidente-executivo.

Tiroteio

"Conhecemos bem essa narrativa. De acordo com ela, não existiu mensalão nem dossiê. Ou seja, é uma narrativa de ficção".
Do senador ÁLVARO DIAS (PSDB-PR) sobre o ex-assessor do Planalto Bernardo Kucinski, que criticou a atual gestão da Radiobrás por não ter produzido "uma narrativa própria do governo Lula".

Contraponto

Sem trégua

A audiência pública no Senado para discutir o caos no sistema de tráfego aéreo, na semana passada, foi marcada pelo embate entre Waldir Pires (Defesa) e o grupo de ACM, adversários históricos na Bahia.
Depois de um bate-boca entre o ministro e Cesar Borges (PFL-BA), Heráclito Fortes (PFL-PI), que presidia a sessão, tentou apaziguar o clima, argumentando que o apagão aéreo não era resultado de um único governo.
-O brigadeiro J. Carlos, por exemplo, está na Infraero há sete meses, menos do que uma gestação.
Incansável, Borges aproveitou a deixa:
-Em sete meses já dá para nascer um prematuro!


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