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PF vai focar investigações sobre dossiê no PT paulista
Autoridades trabalham com a hipótese de que o dinheiro saiu da legenda em SP
Polícia Federal planeja ouvir Paulo Frateschi, presidente do partido em São Paulo, e os tesoureiros Antônio dos Santos e José Baccarin
MAURÍCIO SIMIONATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CUIABÁ
A Polícia Federal vai focar as
investigações sobre a origem do
R$ 1,75 milhão que seria usado
na compra do dossiê antitucano em integrantes ligados ao
PT paulista e confirmou ontem
que ouvirá nos próximos dias o
presidente estadual petista,
Paulo Frateschi, o tesoureiro
do partido em São Paulo, Antônio dos Santos, e o tesoureiro
da campanha do senador Aloizio Mercadante (PT-SP) ao governo de São Paulo, José Giácomo Baccarin.
A PF pediu ontem -pela segunda vez- a prorrogação do
inquérito por mais 30 dias e entregou o segundo relatório parcial das investigações à Justiça
Federal de Cuiabá.
O documento aponta que há
fortes indícios de que todos os
dólares que seriam usados na
compra do dossiê saíram da casa de câmbio Vicatur, localizada em Nova Iguaçu (RJ).
O juiz responsável pelo caso,
Jefferson Schneider, da 2ª Vara
da Justiça Federal de Cuiabá,
pediu ontem parecer do Ministério Público Federal sobre a
prorrogação do prazo.
O juiz decidiu ainda autorizar a divulgação do segundo relatório parcial, com exceção de
dois parágrafos, que, segundo
Schneider, "estão acobertados
pelo sigilo telefônico".
Há duas semanas, a PF havia
divulgado que também ouviria
o tesoureiro da campanha do
presidente Luiz Inácio Lula da
Silva à reeleição, José de Filippi
Jr., mas ontem descartou essa
possibilidade.
De acordo com o superintendente da PF em Mato Grosso,
Daniel Lorenz, os depoimentos
dos petistas não têm data e local marcado, mas ele justificou
que os tesoureiros e o presidente do PT estadual serão ouvidos
para que a PF possa "fechar todas as circunstâncias" relacionadas à origem do dinheiro.
A PF trabalha com a hipótese
de que o dinheiro tenha saído
do PT paulista. A polícia prendeu em 15 de setembro passado
os emissários petistas no hotel
Ibis de São Paulo com o dinheiro para comprar o dossiê.
O delegado não descartou a
possibilidade de a PF ouvir ainda o deputado federal Carlos
Abicalil (PT-MT), que aparece
na quebra de sigilos telefônicos
em contatos dias antes da negociação do dossiê com o ex-diretor do Banco do Brasil Expedito
Veloso, apontado com um dos
articuladores do dossiegate.
Berzoini
A PF não descartou ontem o
possível envolvimento do presidente licenciado do PT, Ricardo Berzoini, na trama do
dossiê, mas, segundo o superintendente da PF em MT, a polícia "não trabalha com esta hipótese neste momento".
A Folha revelou no domingo
que a PF tem indícios de que
Berzoini autorizou petistas a
comprarem o dossiê. Berzoini
nega. A reportagem cita que
Carlos Abicalil (PT-MT) foi
quem informou Berzoini sobre
a disposição dos Vedoin de negociar acusações contra o ex-ministro da Saúde José Serra,
hoje governador eleito de SP.
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