São Paulo, terça-feira, 28 de novembro de 2006

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Toda Mídia

Nelson de Sá

O país do futuro, de novo

Dias depois de Lucia Newman, ex-correspondente da CNN para a região, estrear na Al Jazeera em inglês falando dos índios brasileiros, a CNN Internacional inicia uma semana sobre o Brasil. Nada que tenha reprodução na CNN original, mas o bastante para marcar a concorrência com a Al Jazeera, que se diz a voz dos emergentes. Com patrocínio dos Correios e da Aracruz, a série sobre o "país dos contrastes", entre outros clichês, ainda vai entrevistar Marta Suplicy e Gilberto Gil, mas no primeiro dia falou rapidamente com FHC, que criticou Lula de leve, por não fazer as reformas, por manter o Brasil como país do futuro etc.


Na CNN, "Cardoso: Brasil é o país do futuro"


"LEGÍTIMO E RESPEITÁVEL"
A agência AP anunciou, no final da manhã, "Economista vence eleição no Equador". Para "New York Times", "Washington Post", "Financial Times" e "Le Monde", o vencedor Rafael Correa não é mais "populista", como até dias antes, mas um "economista urbano", no sentido de afável, um "jovem reformador" que estudou nos EUA e que se inspira em Joseph E. Stiglitz. "Populista" virou o seu adversário conservador. Nos editoriais equatorianos, como relatou a BBC, o "Hoy" saudou a vantagem, que "elimina a possibilidade de conflito", e o "El Comercio" falou em triunfo "legítimo e respeitável", defendendo que ele "não se desgaste en confrontos radicais no início".

INTEGRAÇÃO MILITAR
Em editorial, o argentino "Clarín" defendeu ontem a proposta brasileira, a ser apresentada no ano que vem, de uma força militar conjunta para a América do Sul. Disse que a democratização e o fim das doutrinas geopolíticas abriram "caminho para que nossos países deixassem de se olhar mutuamente como ameaça" e hoje "o Cone Sul é zona de paz", citando ainda o Haiti. Daí que "a integração militar pode contribuir para a paz e para melhor cumprir as tarefas de defesa nacional".

SUL-SUL
Nem bem a América do Sul andou um pouco mais para a esquerda e para a integração e Lula viaja à África, destaca a BBC Brasil. Ele participa amanhã de uma reunião de cúpula África/América do Sul, na Nigéria. Da região, teriam confirmado Chile, Bolívia e outros, mas não Argentina.

TIJOLO E CIMENTO
O "Financial Times" diz que esta semana "marca o aniversário da entrada de BRIC, de Brasil, Rússia, Índia e China, no léxico financeiro". O termo cunhado por Jim O'Neill, da Goldman Sachs, "se provou um dos acrônimos mais duradouros dos últimos tempos". Mas "nem todo mundo está convencido de que resume adequadamente o mundo emergente". E outro analista sugere o "Cement", um acrônimo jocoso para Países Emergentes Excluídos da Nova Terminologia.

MAIS DOHA
Falando à CBI, a Fiesp de Londres, o primeiro-ministro Tony Blair anunciou que vai procurar EUA, Brasil e outros para reanimar as negociações comerciais globais. Foi o que também fizeram seu ministro das finanças e o ministro do comércio dos EUA, em artigo para o "Wall Street Journal".

Globo/Reprodução

ENCHENTES, DE NOVO
José Luiz Datena voltou a se debater contra as enchentes na Band, tema que foi manchete também na Folha Online. Fim de tarde na Globo e Fátima Bernardes descrevia como "em poucos minutos várias ruas já estavam alagadas" e "a água encobriu os carros, até vans e ambulâncias" etc.

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@ - Nelson de Sá


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