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TSE recua e deixa Cunha Lima no governo até julgar recurso
Governador da Paraíba recorreu de cassação por abuso de poder político e econômico
Para ministro Lewandowski, tucano teria o seu direito de defesa prejudicado caso tivesse que passar o cargo para 2º colocado na eleição
FELIPE SELIGMAN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O TSE (Tribunal Federal
Eleitoral) voltou atrás na noite
de ontem e decidiu, por 5 votos
a 2, que o governador da Paraíba, Cássio Cunha Lima (PSDB),
poderá permanecer no cargo
até o julgamento dos recursos
apresentados no tribunal.
Tais recursos são os chamados embargos de declaração
-ações que contestam tecnicamente a decisão que levou à
cassação do tucano. Se os embargos forem negados, ele terá
que sair do cargo, mesmo sem a
decisão ter sido publicada.
Cunha Lima e o vice-governador, José Lacerda Neto
(DEM), foram cassados na semana passada por abuso de poder político e econômico nas
eleições de 2006. O TSE decidiu, então, que eles deveriam
abandonar o cargo assim que o
acórdão do julgamento fosse
publicado, o que não havia
ocorrido até ontem. Enquanto
não for publicado, a defesa de
Cunha Lima não pode entrar
com os embargos no TSE.
Inicialmente, assim que a decisão fosse publicada, o segundo colocado das eleições, senador José Maranhão (PMDB),
deveria tomar posse.
Na quarta-feira passada, os
advogados de Cunha Lima entraram com uma ação cautelar
no TSE para que ele pudesse
esperar pelo julgamento dos
recursos no cargo. Ontem, por
influência do ministro Ricardo
Lewandowski -que participou
da sessão substituindo Joaquim Barbosa-, os ministros
entenderam que, ao deixar o
mandato, o governador teve
prejudicado o seu direito de defesa. Foi Joaquim Barbosa
quem sugeriu o cumprimento
imediato da decisão da semana
passada, acompanhado por todos os outros ministros.
Para o advogado de Cunha
Lima, Luciano Pires, há inúmeras lacunas que vão ser esclarecidas com os embargos. "Vamos mostrar que existe lei prévia para o programa, que existe
execução orçamentária e que o
vice-governador não produziu
provas. Vamos ter a oportunidade de mostrar à Corte que a
decisão foi marcada por lastimáveis equívocos".
Os embargos devem ser apresentados em até três dias da publicação do acórdão. O TSE informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que o acórdão deve ser publicado na próxima semana.
Colaborou CÍNTIA ACAYABA, da Agência Folha
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