São Paulo, terça-feira, 28 de dezembro de 2004

Próximo Texto | Índice

PAINEL

Ponte aérea 1
As cúpulas de PSDB e PT ensaiam repetir na composição da Mesa Diretora da Câmara paulistana a fórmula que aprovou o Orçamento de José Serra: os petistas dão uma força a Ricardo Montoro em São Paulo e a oposição deixa em paz Luiz Eduardo Greenhalgh em Brasília.

Ponte aérea 2
Emissários dos dois partidos sentaram-se ontem para conversar. Os petistas avaliam que Serra poderia convencer José Carlos Aleluia (PFL) a desistir da disputa com o petista Greenhalgh pela presidência da Câmara dos Deputados.

Parte interessada
Se vingar, o acordo, de quebra, resolve o problema de Arselino Tatto, líder petista da Câmara paulistana que ficaria com a secretaria-geral da Casa. Mas ainda falta combinar com os mais fiéis aliados de Marta Suplicy e com o deputado pefelista.

Só para o ano
As secretarias especiais que José Serra pretende criar dependem de projeto de lei a ser votado pela Câmara paulistana em dois turnos, provavelmente após o final do recesso, conforme conclusão de sua assessoria jurídica. Uma das vagas acomodará um vereador do PSDB.

Anistia geral
A exemplo do que aconteceu ontem com a CPI do Banestado, a comissão que devassou o futebol na Câmara em 2001 também terminou sem aprovar relatório. E os indiciados conseguiram na Justiça que o resultado das investigações não pudessem chegar ao Ministério Público.

Caiu na rede
José Alencar surpreendeu os participantes de uma recente reunião do Conselho Interministerial de Defesa ao discorrer sobre os perigos de um combustível ucraniano para foguetes. Questionado sobre a fonte da informação, o vice-presidente foi direto: "Pesquisei na internet".

Big brother
Para circular no Palácio do Planalto a partir de 2005, os visitantes e funcionários terão que se submeter a um sistema muito utilizado em empresas privadas. Eles serão fotografados e terão suas identidades armazenadas num banco de dados vinculado aos órgãos de segurança.

Tour guiado
Atualmente, os visitantes recebem na entrada do Palácio do Planalto crachás e selos de identificação que permitem freqüentar determinadas áreas. Catracas eletrônicas impedirão eventuais "passeios" em zonas restritas.

Seleção oficial
Para fornecer um módulo de circuito fechado de televisão e controle de acesso ao complexo da Presidência da República, a Telemática Sistemas Inteligentes Ltda., de São Paulo, ganhou licitação de R$ 3,242 milhões. Concorreram seis empresas.

Sprint final
Líderes governistas admitem serem pequenas as chances de a Assembléia aprovar nesta semana as contas de Geraldo Alckmin e seu Orçamento-2005. O único fator que poderia mudar o quadro seria a pouca disposição dos deputados de voltarem ao trabalho logo após o Réveillon.

Após a tempestade
O governo paulista deu sinal verde para a liberação de R$ 1 mi à prefeitura petista de Ribeirão Preto, cidade que a partir do dia 1º estará sob direção tucana. O dinheiro será usado na recuperação de estragos causados pelas chuvas deste final de ano.

Prisão mantida
O presidente do STJ, Edson Vidigal, negou habeas corpus impetrado pelo advogado Carlos Alberto da Costa Silva, um dos condenados à prisão na Operação Anaconda. Ele pretendia passar as festas de fim de ano em casa, com a família.

TIROTEIO

Do líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), sobre o final da CPI do Banestado, que terminou ontem sem votar o relatório de José Mentor (PT):
-Nunca poderia acabar bem uma investigação que teve as primeiras quebras de sigilo autorizadas no exterior para investigar o caso Paulo Maluf mas que, ao concluir os trabalhos, sequer citou o ex-prefeito.

CONTRAPONTO

Linha cruzada

Na convenção do PMDB dia 12 em Brasília, uma televisão foi instalada para que cariocas e paulistas acompanhassem São Paulo x Flamengo, jogo decisivo para as pretensões dos cariocas de ficar na primeira divisão.
Enquanto isso, os oposicionistas do partido esperavam uma decisão judicial que legitimasse a convenção e a decisão de romper com o governo. Geddel Vieira Lima (BA) ligava a cada minuto para os advogados.
De repente, gritos de alegria ecoaram no local:
-Saiu a decisão da Justiça?-, perguntou um deputado.
-Não. Gol do Flamengo- , respondeu um torcedor.
Com a partida empatada em 1 a 1, aos 49 minutos do segundo tempo alguém grita, eufórico. Um torcedor se apressa:
-Outro gol do Flamengo?
-Não, o Geddel acabou de saber que ganhamos na Justiça-, respondeu o deputado.


Próximo Texto: Racha entre PT e PSDB faz CPI terminar sem relatório
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.