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INVESTIGAÇÃO
Delegado diz que operação investiga crime contra o sistema financeiro
PF faz perseguição religiosa, diz pastor
KÁTIA BRASIL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS
O presidente da Igreja Assembléia de Deus no Amazonas, pastor Jonathás Câmara, classificou
ontem como "perseguição religiosa" a operação de busca e
apreensão de documentos promovida pela Polícia Federal.
Durante a operação, na quinta-feira, agentes federais apreenderam computadores, livros de contabilidade, extratos bancários e de
cartões de crédito nos escritórios
de três estabelecimentos coordenados pela igreja.
"Eles [agentes] chegaram com
muita arrogância para cumprir os
mandados. Disse a eles que podiam ver o que quisessem, pois
não tinha nada a temer. É [a operação] uma perseguição religiosa
que nos causa estranheza", disse o
pastor. Existem 729 templos no
Amazonas e mais de 350 mil fiéis.
Segundo a PF, a operação determinada pelo juiz federal Bruno
Silveira foi um desdobramento
das investigações das operações
Farol da Colina e CPI do Banestado, que investigam lavagem de dinheiro e remessa ilegal de recursos para o exterior.
A Farol da Colina aconteceu em
agosto. Até hoje continuam presos quatro doleiros acusados de
movimentar, na agência nova-iorquina do Banestado, US$ 663
milhões. Em Manaus, os doleiros
são sócios da casa de câmbio Cortez. Documentos apreendidos na
casa de câmbio e em mais duas
empresas dos doleiros levaram a
PF a abrir mais de cem inquéritos
no Amazonas. Alguns deles são
referentes a gestores da igreja,
abertos no dia 2 de dezembro.
Ontem, o delegado Sérgio Fontes disse que os inquéritos relacionados a gestores da igreja investigam crimes contra o sistema financeiro. "A operação foi necessária e autorizada judicialmente,
todos têm que se submeter às leis.
A acusação de perseguição religiosa não tem fundamento."
O presidente da Igreja Assembléia de Deus do Amazonas é irmão do deputado federal Silas Câmara (PTB-AM). O deputado disse que desconhecia a operação da
PF na instituição. Jonathás Câmara negou ter contas no exterior.
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