São Paulo, quinta-feira, 28 de dezembro de 2006

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Aldo se articula para conter avanço de petista

LETÍCIA SANDER
ADRIANO CEOLIN

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

De Alagoas, onde passou o feriado de Natal, o presidente da Câmara dos Deputados, Aldo Rebelo (PC do B-SP), deu início a uma série de articulações para viabilizar sua campanha à reeleição, em reação ao avanço da candidatura do líder do governo na Casa, o petista Arlindo Chinaglia (SP).
A idéia de Aldo é percorrer alguns Estados no início de janeiro, aproveitando o período de recesso no Congresso. Aliados devem se reunir com ele nos próximos dias para definir estratégias para a disputa.
O grupo quer evitar a consolidação do nome de Chinaglia, que, na semana passada, praticamente firmou um acordo com o PMDB -o partido o apoiaria agora para que, daqui dois anos, o PT apoiasse um peemedebista para o cargo.
Ontem, o deputado Eliseu Padilha (PMDB-RS), ex-ministro do governo Fernando Henrique Cardoso, afirmou que trabalhará pela eleição de Chinaglia. "Estou com o Michel [Temer, presidente do PMDB]. Temos de garantir os próximos dois anos."
Aldo tem conversado diariamente por telefone com seus os aliados na disputa pela reeleição. O grupo avalia que Chinaglia não tem condições de reunir o apoio em massa do PMDB à candidatura petista.
Por isso, os aliados de Aldo têm dito que ele vai enfrentar Chinaglia no voto. O deputado Ciro Nogueira (PP-PI) foi escalado para fazer as sondagens do potencial de votação dos dois candidatos.
"Não devemos ainda descartar a hipótese de ter candidatura única. Mas, consolidando as duas, Aldo parte de uma possibilidade maior entre partidos e figuras que agregam votos", afirmou o deputado Renato Casagrande (PSB-ES).
O próprio Aldo têm afirmado que há pelo menos dez petistas que o apóiam. A eleição da nova Mesa Diretora será no dia 1º de fevereiro. Aldo oficializou sua candidatura na sexta-feira, em conversa com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Até agora, Aldo conta com o PSB e o PC do B, partidos que juntos somam 30 deputados. Parcelas de PP, PR, PTB e PMDB também o apóiam. Diferentemente de Chinaglia, Aldo tem a simpatia de parte significativa da oposição, sobretudo do PFL e de tucanos ligados ao prefeito eleito de São Paulo, José Serra (PSDB).
Em outra frente, Chinaglia pretende enviar, na próxima semana, uma carta a partidos aliados, explicando as razões de sua candidatura. A idéia é primeiro enviar a carta ao próprio PT, depois ao PMDB, e então aos demais partidos que compõem a base governista.


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