São Paulo, sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

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Dom Pedro de Orleans e Bragança morre aos 94

Neto da princesa Isabel seria sucessor natural ao trono imperial do Brasil

Enterro ocorrerá hoje na Espanha; outro ramo da família reivindica título de sucessor, já que pai de d. Pedro abdicou do direito

DA REDAÇÃO
DA SUCURSAL DO RIO

D. Pedro Gastão de Orleans e Bragança será enterrado hoje às 18h na Espanha, ao lado do túmulo de sua mulher, Maria Esperanza de Bourbon, tia do rei espanhol Juan Carlos. Ele era neto da princesa Isabel, responsável pela abolição da escravidão no Brasil.
D. Pedro morreu na noite de quarta-feira, aos 94 anos, no Palácio de Villamanrique, em Sevilha. Pela linha sucessória, ele seria um dos que teriam direito ao trono no Brasil.
D. Pedro passou o Natal com a filha Maria da Glória. Segundo relato da família, ele começou a ficar doente há cinco anos, quando caiu de costas, prejudicando a coluna.
Desde então, estava em uma cadeira de rodas e quase não falava nem reconhecia as pessoas. "Ele insistia em voltar ao Brasil, mas já estava impedido de viajar havia alguns anos por causa da idade", diz o sobrinho João de Orleans e Bragança.
"O amor dele pelo Brasil era muito forte. Nasceu no exílio. Tinha uma força extraordinária e conhecia o país de ponta a ponta, mais que a maior parte dos políticos brasileiros."
Patrícia, mulher do filho Pedro Carlos, diz que "ele era um amante da natureza e profundo conhecedor da botânica".
O pai de d. Pedro Gastão, d. Pedro de Alcântara, era o filho mais velho da princesa Isabel, mas em 1908 abdicou do direito ao trono (o país já era uma República) para se casar com a condessa tcheca Elizabeth de Dobrzensky. "Como ela não tinha sangue real, a princesa Isabel disse a ele que ele teria de abdicar ao pretenso direito", diz Maria de Lourdes Parreiras, diretora do Museu Imperial.
O direito à sucessão passou a d. Luiz de Orleans e Bragança, segundo filho da princesa. Hoje, o neto de d. Luiz, que tem o mesmo nome, reivindica o título de herdeiro. "D. Pedro Gastão seria o herdeiro natural e d. Luiz, o oficial", diz Parreiras.


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