São Paulo, domingo, 28 de dezembro de 2008

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Discussão é benéfica, diz estudioso

DA ENVIADA A PORTO ALEGRE

Polêmica, especialmente em um país que passou 21 anos sob ditadura, a participação política de militares não é novidade no Brasil. A afirmação é de Gláucio Ary Dillon Soares, pesquisador do Iuperj e do Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea da Fundação Getúlio Vargas, e autor do livro "A Democracia Interrompida".
Segundo ele, além de os patronos do Exército terem sido políticos ativos, o século 20 teve figuras políticas como os militares Henrique Lott, Eurico Gaspar Dutra e Juarez Távora. "É da tradição das Forças Armadas e de polícias militares ter grupos que se dão nomes, com participação política ou não", afirma. Soares cita a PM de São Paulo, onde há "Os Pensadores" e, na PM do Rio, "Os Barbones" e "Os Evaristos". Esses grupos, diz ele, buscam repensar o papel das polícias ou sua relação com a sociedade. Para ele, a discussão interna é benéfica nas forças militares. "Uma coisa é obediência, outra é o silêncio. Obediência é necessária. Silêncio, não".
O professor alerta para a necessidade de conhecer os objetivos do grupo que quer eleger militares. Em 1964, afirma, os militares não tinham um projeto nacional, só sabiam o que queriam evitar. "Quem teve dengue tem medo de mosquito, e o Brasil teve dengue hemorrágica", diz.


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