|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Discussão é benéfica, diz estudioso
DA ENVIADA A PORTO ALEGRE
Polêmica, especialmente em um país que passou
21 anos sob ditadura, a
participação política de
militares não é novidade
no Brasil. A afirmação é de
Gláucio Ary Dillon Soares,
pesquisador do Iuperj e do
Centro de Pesquisa e Documentação de História
Contemporânea da Fundação Getúlio Vargas, e
autor do livro "A Democracia Interrompida".
Segundo ele, além de os
patronos do Exército terem sido políticos ativos, o
século 20 teve figuras políticas como os militares
Henrique Lott, Eurico
Gaspar Dutra e Juarez Távora. "É da tradição das
Forças Armadas e de polícias militares ter grupos
que se dão nomes, com
participação política ou
não", afirma. Soares cita a
PM de São Paulo, onde há
"Os Pensadores" e, na PM
do Rio, "Os Barbones" e
"Os Evaristos". Esses grupos, diz ele, buscam repensar o papel das polícias ou
sua relação com a sociedade. Para ele, a discussão interna é benéfica nas forças
militares. "Uma coisa é
obediência, outra é o silêncio. Obediência é necessária. Silêncio, não".
O professor alerta para a
necessidade de conhecer
os objetivos do grupo que
quer eleger militares. Em
1964, afirma, os militares
não tinham um projeto
nacional, só sabiam o que
queriam evitar. "Quem teve dengue tem medo de
mosquito, e o Brasil teve
dengue hemorrágica", diz.
Texto Anterior: Frase Próximo Texto: Outro lado: Exército nega que as transferências de militares tenham motivação política Índice
|