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Crime não inibe fiscalização, diz OIT
DA REPORTAGEM LOCAL
Entidades internacionais que
lutam contra o trabalho escravo
lamentaram o assassinato de três
auditores do Ministério do Trabalho e do motorista do grupo ontem, durante uma operação de
fiscalização em Unaí (MG).
Os fiscais vistoriavam as condições de trabalho durante a colheita da safra de feijão na região.
Para a OIT (Organização Internacional do Trabalho), vinculada
à ONU (Organização das Nações
Unidas), as mortes não podem
"constranger ou inibir" as atividades do Ministério do Trabalho.
"A luta pela erradicação do trabalho escravo vai continuar. Não
é um compromisso de ministro. É
um compromisso de Estado feito
pelo presidente Lula", disse ontem Patrícia Audi, coordenadora
da OIT no Brasil.
A afirmação também foi uma
referência a uma eventual mudança de prioridades do governo
com a entrada de Ricardo Berzoini como ministro do Trabalho, no
lugar de Jaques Wagner.
"Nós lamentamos os assassinatos. Essa reação violenta pelo menos mostra que a repressão do governo tem sido eficiente até agora", acrescentou Patrícia Audi.
Para a ONG Anti-Slavery International (Antiescravidão Internacional), com sede em Londres, os
assassinatos são motivo de "especial preocupação" porque as
equipes de fiscalização do Ministério do Trabalho servem como
um "exemplo para o mundo".
"Ficamos horrorizados ao saber
da notícia", disse David Ould, um
dos diretores da ONG inglesa.
"Estamos preocupados com o
que isso pode significar para o futuro dos fiscais do Trabalho."
Ould elogiou a atenção dada pelo governo Lula ao trabalho escravo, mas afirmou que o que falta às
autoridades brasileiras é fazer valer a lei. "Há muitas pessoas poderosas envolvidas", disse.
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