São Paulo, quinta-feira, 29 de janeiro de 2004

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Crime não inibe fiscalização, diz OIT

DA REPORTAGEM LOCAL

Entidades internacionais que lutam contra o trabalho escravo lamentaram o assassinato de três auditores do Ministério do Trabalho e do motorista do grupo ontem, durante uma operação de fiscalização em Unaí (MG).
Os fiscais vistoriavam as condições de trabalho durante a colheita da safra de feijão na região.
Para a OIT (Organização Internacional do Trabalho), vinculada à ONU (Organização das Nações Unidas), as mortes não podem "constranger ou inibir" as atividades do Ministério do Trabalho.
"A luta pela erradicação do trabalho escravo vai continuar. Não é um compromisso de ministro. É um compromisso de Estado feito pelo presidente Lula", disse ontem Patrícia Audi, coordenadora da OIT no Brasil.
A afirmação também foi uma referência a uma eventual mudança de prioridades do governo com a entrada de Ricardo Berzoini como ministro do Trabalho, no lugar de Jaques Wagner.
"Nós lamentamos os assassinatos. Essa reação violenta pelo menos mostra que a repressão do governo tem sido eficiente até agora", acrescentou Patrícia Audi.
Para a ONG Anti-Slavery International (Antiescravidão Internacional), com sede em Londres, os assassinatos são motivo de "especial preocupação" porque as equipes de fiscalização do Ministério do Trabalho servem como um "exemplo para o mundo".
"Ficamos horrorizados ao saber da notícia", disse David Ould, um dos diretores da ONG inglesa. "Estamos preocupados com o que isso pode significar para o futuro dos fiscais do Trabalho."
Ould elogiou a atenção dada pelo governo Lula ao trabalho escravo, mas afirmou que o que falta às autoridades brasileiras é fazer valer a lei. "Há muitas pessoas poderosas envolvidas", disse.


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