São Paulo, segunda-feira, 29 de janeiro de 2007

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Para estudiosos, reação católica não deu certo

DA REPORTAGEM LOCAL

No final dos anos 90, a Renovação Carismática Católica, que tem como maior expoente o padre-cantor Marcelo Rossi, era tida entre alguns setores da Igreja Católica como uma solução para a perda de fiéis para os pentecostais. A pesquisa da Pew Forum mostrou que, ao menos até agora, a estratégia não deu resultado.
Segundo a pesquisa, 34% da população brasileira se diz carismática, o que equivale a cerca de 62 milhões de pessoas. O problema é que os hábitos dessas pessoas não diferem muito dos outros cristãos - o que abre caminho para futura conversão.
Paul Freston, professor da pós-graduação em ciências sociais na UFSCAR (Universidade Federal de São Carlos) e autor de livros e artigos sobre pentecostais e carismáticos, afirma que, tal como a categoria "católico não-praticante", vem surgindo o termo "católico-carismático não-praticante".
"Muitos católicos passaram a se identificar com os carismáticos e isso deve estar ligado à ascensão dos padres cantores", afirma Freston.
A renovação carismática é o lado católico do pentecostalismo e, tal como os protestantes, também valoriza os dons concedidos pelo Espírito Santo, a oração intensa e a prece em línguas.
"É claro para nós que os carismáticos são importantes para a igreja, mas também é claro que eles valorizam primeiro a renovação pessoal e depois a evangelização de outras pessoas", disse o padre Luiz Alves de Lima, professor do Centro Universitário Salesiano e assessor para a catequese da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil).
"Um dos fatores que podem explicar o fato de tantas pessoas se dizerem carismáticas é a catequese. Percebemos que muitos catequistas hoje são carismáticos, e acabam influenciando crianças e jovens", afirma o padre Alvez de Lima. (LB)


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