São Paulo, terça-feira, 29 de janeiro de 2008

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Kassab começa ano eleitoral com sobra de mais de R$ 1 bi

Valor oficial deve sair amanhã e indicar o maior superávit já feito pela prefeitura

Prefeito pode investir sem depender da arrecadação de impostos no início do ano, o que é importante por conta da legislação eleitoral

Luciano Amarante/Folha Imagem
Gilberto Kassab em corredor de ônibus na zona sul de São Paulo


CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A Prefeitura de São Paulo inicia o ano eleitoral de 2008 com uma sobra superior a R$ 1 bilhão em caixa. Segundo dados preliminares, a prefeitura encerrou 2007 com um superávit financeiro de R$ 1,273 bilhão.
O subsecretário de Tesouro, Walter Fasterra, confirmou à Folha que essa é a estimativa da prefeitura. Mas ressaltou que o número oficial deverá ser divulgado amanhã. Com recursos em caixa, a prefeitura pode investir em obras sem depender da arrecadação de impostos nos primeiros meses do ano.
A vantagem é maior em ano eleitoral. Pela legislação, o candidato não pode participar de inaugurações a partir de julho. Além disso, a partir de maio não é permitida a realização de despesas sem garantia de recursos para sua execução. E o prefeito Gilberto Kassab (DEM) tem pressa.
De acordo com levantamento feito pela Folha, até o fim de março a meta é de inauguração de pelo menos 80 obras, incluindo 58 AMAs (assistências médicas ambulatoriais), sete CEUs (centros educacionais unificados), canalização de córregos e urbanização de favelas.
Segundo o secretário de Educação, Alexandre Schneider, a prefeitura pretende concluir 20 novos CEUs e 70 escolas até o mês de novembro.
Confirmado, esse será o maior resultado financeiro produzido em termos nominais. Um cenário bem diferente do enfrentado pela hoje ministra Marta Suplicy (PT).
Em 2003, penúltimo ano da gestão Marta, a prefeitura fechou o ano com um déficit de R$ 627 milhões. No ano seguinte, o saldo também foi negativo, em R$ 744 milhões.
Só de 2005 para cá, foi obtido superávit. Em 2005, foram R$ 462 milhões. Em 2006, foi R$ 1,143 bilhão, chegando a R$ 1,3 bilhão no ano passado.
Segundo balancete de 2007, a prefeitura começou o ano com mais de R$ 4 bilhões investidos em fundos de renda fixa. Fasterra explica que, embora existam R$ 4,114 bilhões aplicados, R$ 3,817 bilhões estão comprometidos: R$ 2,296 bilhões para pagamento de despesas assumidas no ano passado e R$ 400 milhões para folha de pagamento.
Ainda segundo Fasterra, R$ 1,121 bilhão é dinheiro vinculado a saúde e educação. Só R$ 297 milhões poderiam ser gastos a gosto de Kassab. O resultado financeiro é basicamente a soma desses recursos com o R$ 1,121 bilhão vinculado. Para 2008, a previsão de investimentos da prefeitura é de R$ 3.718.491.293. O Orçamento da cidade é de R$ 25,3 bilhões.
Segundo Fasterra, com uma dívida de R$ 34 bilhões, o município está no limite da capacidade de endividamento e não pode obter mais empréstimos. Ele atribui o resultado financeiro de cerca de R$ 1,3 bilhão a um esforço de arrecadação, aliado ao crescimento da atividade econômica.


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