São Paulo, terça-feira, 29 de janeiro de 2008

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Disputa política pára nomeação na Petrobras

Jorge Zelada, indicado por peemedebistas para uma diretoria da estatal, sofre oposição de senadores do PMDB e de petistas

Expectativa era que indicado fosse confirmado ontem pelo Conselho de Administração da Petrobras, que passou a tarde reunido

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

Indicado pelo PMDB para diretor da área Internacional da Petrobras, o engenheiro Jorge Zelada não foi confirmado ontem para o cargo em reunião do Conselho de Administração da estatal em razão da oposição ao seu nome por parte de setores do próprio PMDB e do PT.
A expectativa era que ele fosse confirmado ontem pelo Conselho, que passou toda a tarde reunido na sede da empresa, no Rio. Mas o assunto nem sequer foi tratado durante a reunião. A Petrobras informou que questões relativas a mudanças na diretoria não entraram na pauta.
A Folha apurou que o nome de Zelada sofre resistência de parte do PMDB do Senado, que controla o Ministério de Minas e Energia e deve ampliar sua influência no setor com indicações para diretorias da Eletrobrás e de suas subsidiárias.A indicação de Zelada também não foi consumada por causa da oposição de uma ala do PT, que comanda atualmente a diretoria internacional da Petrobras. O senador Delcídio Amaral (PT-MS), que indicou o atual diretor, Nestor Cerveró, ainda luta para mantê-lo.
Apesar da resistência, a cúpula do PMDB dá como certa a nomeação de Zelada. Segundo dirigentes peemedebistas, a garantia de indicação já foi dada de viva voz por Lula.
Zelada é um técnico de carreira da área de engenharia da estatal que, convenientemente, foi apadrinhado pela bancada do partido na Câmara -mais especificamente, pelos deputados mineiros. Isso ocorreu após a primeira opção do partido, João Augusto Fernandes, ex-diretor da BR Distribuidora nos anos 90, ter sido vetada pela Casa Civil.
Sua indicação partiu do próprio Fernandes, que conseguiu que o PMDB abraçasse o nome de Zelada. Historicamente, ele não tem nenhuma vinculação com o partido.
Segundo a Folha apurou, o PMDB considera que já fez uma concessão ao apresentar um segundo nome, e que um novo veto criaria uma crise séria. O partido espera que a confirmação de Zelada se dê até o final de fevereiro.
Zelada, atualmente, ocupa o cargo de gerente-geral de empreendimentos de exploração e produção e transporte marítimo da diretoria de Serviços, cujo titular é Renato Duque, da cota do PT. O posto é o terceiro na hierarquia -abaixo do de diretor e do de gerente-executivo. O indicado do PMDB cuida de projetos de plataformas e outras embarcações.


Colaborou a Sucursal de Brasília


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