São Paulo, terça-feira, 29 de janeiro de 2008

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Jobim estuda órgão unificado de compras

Decisão pode gerar resistência nas Forças Armadas; hoje cada uma delas tem um sistema próprio

ELIANE CANTANHÊDE
ENVIADA ESPECIAL A PARIS

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, estuda o modelo francês e pretende criar um órgão unificado de compras de equipamentos militares do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, o que pode gerar resistências das Forças Armadas. Hoje, cada uma delas tem seu próprio sistema de definição de projetos e de encomendas.
Ontem, Jobim ouviu exposição de quase uma hora e meia de representantes da DGA (Delegação Geral de Armamento), órgão vinculado ao Ministério da Defesa e responsável pela definição das compras na área de defesa da França, que tem uma das mais poderosas indústrias militares do mundo.
O ministro fez várias perguntas e, no final, pediu textos escritos detalhando o funcionamento do órgão, que gere orçamento anual de cerca de 10 bilhões de euros e 18 milhões de empregados em setores governamentais e privados.
Durante a exposição, que foi no auditório da Embaixada do Brasil em Paris, o comandante da Marinha, almirante Júlio Soares de Moura Neto -o único dos três comandantes que acompanha a viagem de Jobim-, perguntou se quem determina os equipamentos a serem comprados é o DGA ou o Estado-Maior de cada Força.
O representante do órgão, um oficial, explicou que é o DGA, com aprovação do ministro da Defesa e do presidente da República. No final do encontro, a Folha perguntou ao almirante o que ele achava da idéia e ele respondeu: "Eu não sei nada disso. Ninguém me falou nada a respeito".
Segundo Jobim, a intenção não é recriar o Estado-Maior das Forças Armadas, que existiu antes da criação do Ministério da Defesa: "A idéia é um órgão exclusivamente para a compra de armamento", disse.


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