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Procuradores querem o benefício
da Sucursal de Brasília
O benefício do auxílio-moradia
concedido pelo STF (Supremo
Tribunal Federal) aos juízes federais poderá ser estendido aos
1.299 integrantes do Ministério
Público da União.
A extensão do benefício foi defendida ontem pelo presidente da
ANPR (Associação Nacional dos
Procuradores da República), Carlos Frederico Santos, com o argumento de que a medida assegurará a equivalência salarial entre o
Ministério Público e o Judiciário.
Em reunião com o presidente
Fernando Henrique Cardoso no
Palácio do Planalto, Santos entregou uma pauta de reivindicação
dos procuradores federais e cobrou a equivalência salarial entre
o Ministério Público e o Poder Judiciário. O procurador-geral da
República, Geraldo Brindeiro, estava no encontro.
Carlos Frederico Santos afirmou que as respostas de FHC, durante a reunião, foram "tímidas".
Disse que vai consultar a categoria e não descarta a greve.
Santos afirmou que, se a liminar
do ministro Nelson Jobim que
concedeu aos juízes o auxílio-moradia for confirmada pelo STF
(Supremo Tribunal Federal), "é
claro" que o direito deve ser estendido aos procuradores federais. "Temos uma história de
equivalência com o Poder Judiciário. Não queremos perder."
"São coisas completamente diferentes. Princípio constitucional
(equivalência) é uma coisa, auxílio-moradia é outra", disse Geraldo Brindeiro, depois do encontro.
Em entrevista posterior, Brindeiro hesitou em reafirmar a opinião. Ele disse que seu parecer foi
feito baseado nas normas jurídicas e está no STF para ser examinado. Repetiu várias vezes a resposta de que "não se trata de ser
contra ou a favor". No final, disse
que seu parecer foi contrário.
Segundo Carlos Frederico Santos, uma eventual decisão do STF
pelo auxílio-moradia prevaleceria
sobre o parecer de Brindeiro.
Mesmo assim, de acordo com
Santos, a concessão do auxílio-moradia para procuradores federais depende de ato de Brindeiro.
Posição do Planalto
O presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou ontem que
o governo não irá recorrer da decisão do STF (Supremo Tribunal
Federal) que concedeu auxílio-moradia a membros do Poder Judiciário.
"O presidente considera que se
trata de questão interna do Poder
Judiciário", afirmou o porta-voz
Georges Lamazière.
A Folha apurou que FHC não
conversou ontem, nem por telefone, com o presidente do STF,
ministro Carlos Velloso. A assessores, FHC disse que não quer se
envolver no assunto diretamente
e que apenas referendará alguma
decisão que, eventualmente, necessite de sua intervenção.
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