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Lula ironiza oposição por ir ao STF contra política social
Ele disse ainda que gostaria que Judiciário "metesse o nariz apenas nas coisas deles"
José Agripino, líder do DEM, questiona por que petista não lançou o programa Territórios da Cidadania em 2007, um ano não-eleitoral
EDUARDO SCOLESE
ENVIADO ESPECIAL A QUIXADÁ (CE)
No evento do lançamento regional do programa de combate
à pobreza rural Territórios da
Cidadania em Quixadá (CE), o
presidente Luiz Inácio Lula da
Silva acusou a oposição de tentar "impedir" o avanço das políticas sociais. Ao fim do dia, em
Aracaju, não poupou o STF
(Supremo Tribunal Federal),
que julgará recurso da oposição
contra suposto viés eleitoreiro
desse programa.
Afirmou ainda que, neste ano
eleitoral, o país será um "canteiro de obras" e sua agenda semanal terá apenas dois dias de
trabalho em Brasília. "O restante é andando pelo país."
Lula rotulou de "fantástico" e
"extraordinário" o fato de a
oposição questionar na Justiça
o novo programa, lançado nesta semana e que prevê investimentos de R$ 11,3 bilhões em
958 municípios. A oposição diz
que o programa, com público-alvo de cerca de 7,8 milhões de
pessoas e com nenhum recurso
novo, tem caráter eleitoreiro.
Em entrevista, Lula completou: "Eu acho que é importante
o povo saber que tem setores da
oposição que estão entrando na
Justiça para evitar que se faça
política que deveriam ter feito
quando governaram o Brasil.
Vou continuar fazendo porque
fui eleito para governar o país".
Mais tarde, em Aracaju, o
presidente reagiu duramente a
declarações de ministros do
STF que consideram eleitoreiros alguns de seus programas
sociais. "Seria tão bom se o poder Judiciário metesse o nariz
apenas nas coisas deles, o Legislativo [metesse o nariz] apenas nas coisas deles, e o Executivo [metesse o nariz] apenas
nas coisas deles. Nós iríamos
criar a harmonia estabelecida
na Constituição", afirmou.
O líder do PSDB no Senado,
Arthur Virgílio (AM), disse que
o PSDB nunca "manipulou recursos públicos para ganhar
uma eleição". O líder do DEM
no Senado, José Agripino (RN),
disse que Lula está se fazendo
de "vítima". "Estamos fazendo
um questionamento sobre a
oportunidade em que o programa é lançado. Por que não fez
esse programa em 2007?"
O evento em Quixadá reuniu
cerca de 2.000 pessoas, segundo estimativa da Polícia Militar, numa praça de Quixadá, a
168 km de Fortaleza. Nele, Lula
lançou o chamado território
Sertão Central, formado por 12
municípios e com um público-alvo de 168,7 mil pessoas.
Quixadá é administrada pelo
PT. No palanque, estavam o
prefeito Ilário Marques, e o vice-prefeito, Cristiano Góes,
pré-candidato a prefeito.
Na manhã de ontem, um carro de som da prefeitura atravessou a cidade convocando os
moradores ao comício.
No discurso, ao se referir ao
PAC, Lula voltou a dizer que
"este país vai virar um canteiro
de obras". "Já disse para minha
assessoria: a partir de agora são
dois dias [da semana] em Brasília e o resto andando pelo país,
para que a gente possa ver as
coisas acontecerem."
À tarde, em Fortaleza, Lula
afirmou que os partidos da oposição derrubaram a CPMF para
tentar impedir a continuidade
de seu governo por mais tempo.
"Os nossos adversários, que
vocês sabem quem é, um chamava-se PFL, agora ele se chama Democratas, o outro vocês
já sabem quem é, eles derrotaram a CPMF, que era o imposto
que a classe média brasileira e
os ricos pagavam, porque pobre
não trabalha com cheque", disse, para completar: "Eles tiraram do governo R$ 40 bilhões".
Colaborou a Agência Folha, em Aracaju
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