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ALIADOS EM CRISE
Tucanos e oposicionistas seguem orientação partidária; pefelistas não dão sua opinião sobre comissão
13 governadores se dizem contrários à CPI
EDUARDO DE OLIVEIRA
EDUARDO SCOLESE
DA AGÊNCIA FOLHA
Governadores tucanos e oposicionistas estão seguindo à risca as
orientações partidárias em relação à instalação da CPI da corrupção no Congresso. De 24 governadores ouvidos, 13 são contrários à
CPI, 8, a favor e 3, todos pefelistas,
não quiseram opinar.
Seguindo nota divulgada segunda-feira pelo PSDB, o partido está
unido em torno do presidente
Fernando Henrique Cardoso e é
contrário a "ações oportunistas",
tanto da base aliada como dos
partidos da oposição ao governo.
Ao lado dos tucanos Tasso Jereissati (CE), Almir Gabriel (PA),
José Ignácio (ES), Marconi Perillo
(GO), Dante de Oliveira (MT),
Geraldo Alckmin (SP) e Albano
Franco (SE), três peemedebistas
declararam apoio à base governista: Jarbas Vasconcelos (PE),
Garibaldi Alves Filho (RN) e
Francisco de Assis de Moraes
Souza, o Mão Santa (PI). Esperidião Amin (PPB-SC) também é
contrário à comissão.
"A CPI é inoportuna. Por seu
caráter genérico, só vai paralisar o
Congresso e não vai conseguir
apurar muita coisa", disse Jarbas.
Já Itamar Franco (PMDB-MG),
desafeto político de FHC, afirmou
ser a favor da CPI. "É lamentável a
decisão da bancada do PMDB no
Senado. Mais uma vez se fica na
contramão da opinião pública,
que quer a CPI. É triste e grave. Dá
para pensar e muito. Pensar no
PMDB e no por quê do comportamento bastante estranho do senhor presidente da República."
O quadro mais diferenciado está no PFL, com um a favor da CPI,
dois contra e outros três que não
quiseram opinar. Do partido, o
único que se disse a favor da abertura da comissão foi o governador
da Bahia, o carlista César Borges.
"Acompanho a posição do senador Antonio Carlos Magalhães.
Tenho a convicção de que a CPI
em nada afetará a estabilidade política e econômica do país", disse.
Já Siqueira Campos (TO) e Jaime Lerner (PR) defenderam a
não-instalação da CPI.
"Nem tudo precisa ser esclarecido por meio de uma CPI. O Poder
Executivo possui vários instrumentos de apuração para evitar a
abertura de uma comissão parlamentar", afirmou Lerner.
Os pefelistas Roseana Sarney
(MA), Amazonino Mendes (AM)
e José Bianco (RO) não quiseram
opinar. "Acho que ninguém tem
de opinar sobre o que o Congresso deve decidir. Ele é autônomo,
independente, é um outro Poder.
Ele é que tem de resolver essa
questão", declarara Roseana em
entrevista à Agência Folha na semana passada.
Nos partidos de oposição, não
houve surpresa na opinião dos
governantes. José Orcírio dos
Santos, o Zeca do PT (PT-MS),
Jorge Viana (PT-AC), Olívio Dutra (PT-RS), Anthony Garotinho
(PSB-RJ), Ronaldo Lessa (PSB-AL) e João Alberto Capiberibe
(PSB-AP) são a favor da CPI.
"Está na hora de o Congresso
dar esta resposta a sociedade", declarou o governador Zeca do PT.
Segundo Garotinho, as denúncias que foram feitas são muito
graves e merecem ser apuradas.
"O Brasil vive hoje uma crise moral, que acaba se transformando
também em uma crise política,
que acaba se transformando em
uma crise econômica, que acaba
se transformando em uma crise
social", disse o governador.
A Agência Folha não obteve resposta das assessorias dos governadores Neudo Campos (PPB-RR), José Maranhão (PMDB-PB)
e Joaquim Roriz (PMDB-DF).
Colaborou a Sucursal do Rio
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