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Presidente vai bancar explicação dada por ministra
KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu bancar a versão da ministra da Casa Civil,
Dilma Rousseff, de que o governo apenas organizou uma base
de dados e não elaborou um
dossiê contra o ex-presidente
Fernando Henrique Cardoso.
A estratégia do governo é dar
menos peso ao dossiê e mais
destaque ao vazamento. Em
conversa reservada, Lula disse
que o responsável pelo vazamento de dados sobre gastos de
FHC arcaria com a responsabilidade, segundo a Folha apurou. Uma resposta política seria punir um funcionário envolvido no caso, uma suspeita
do Palácio do Planalto.
Dilma bancou no posto sua
secretária-executiva, Erenice
Guerra, que voltou ontem a dar
explicações a colegas de governo após a Folha ter revelado
que partiu dela a ordem para
elaborar o dossiê com gastos
secretos de FHC, da ex-primeira-dama Ruth Cardoso e de ministros da gestão tucana.
Ao dar explicações a integrantes do governo, Erenice
disse que fez uma planilha que
lista gastos que não seriam escandalosos. Portanto, disse ela,
não prestariam para serem
usados em um dossiê para
pressionar o PSDB a ser menos
hostil na CPI dos Cartões.
Segundo a versão apresentada internamente por Erenice,
tais dados teriam sido vazados
de dentro do Palácio do Planalto para criar atrito com a oposição. Daí o governo se concentrar na busca do responsável
pelo vazamento. Se encontrá-lo, o Palácio do Planalto acredita que dará uma resposta satisfatória para minimizar o caso.
Por ora, a tendência é a preservação de Dilma e de Erenice. Prevalecia ontem no governo o entendimento de que só um fato novo poderia mudar
tal inclinação. Dilma teria ficado contrariada com Erenice,
mas acredita que a auxiliar teria agido de boa-fé.
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